Sefer Tanya 7° Parte
Após ter lido a sexta parte:
Daremos continuidade na apresentação do Sefer
Tanya através do título:
O
Benoni
Em geral, as pessoas podem ser classificadas em cinco categorias: o justo que prospera; o justo que sofre; o perverso que prospera; o perverso que sofre; e o intermediário — o Benoni.
Neste capítulo, começaremos a examinar a
natureza do Benoni, embora um completo entendimento de todas suas
características esteja além de nosso alcance agora. A primeira tarefa à mão,
então, será entender o que o Benoni essencialmente não é.
No primeiro capítulo do Tanya, Rabi Shneur
Zalman primeiro descarta a possibilidade de o Benoni ser alguém cujos atos são
"metade virtuosos e metade pecaminosos". Sim, não é apenas o Yetzer HaTov,
a boa inclinação, que é ativa dentro dele. O Yetzer HaRá, a má inclinação,
também é bastante ativa. Mesmo assim, uma distinção deve ser feita entre ser
ativo, embora com a maior energia, e o verdadeiro desempenho das transgressões.
As ações do Benoni estão perfeitamente em ordem — ele jamais vacilará, nem
mesmo em assuntos proibidos de menor importância. E de modo correspondente, ele
tenta cumprir todas as Mitzvot, mesmo aquelas que são difíceis de desempenhar.
Rabah como um Benoni Na mesma seção da
Guemará que discute o funcionamento das duas inclinações, "os justos são
julgados pela sua boa inclinação; os perversos são julgados pela sua má
inclinação; e os intermediários são julgados por ambas", Rabah
apresenta-se como um exemplo de Benoni: "Eu, por exemplo, sou um Benoni!"
Abbaye, no entanto, discorda dele, dizendo: "Mestre, você faz o viver
impossível para qualquer criatura…" Se Rabah e aqueles como ele estão
apenas na categoria de Benoni, então não há homens justos neste mundo. Isso
atiraria o mundo inteiro num estado de caos. Além disso, se Rabah, que é
considerado por todos como sendo um Tzadiq, é de fato apenas um Benoni, em
comparação com ele todos os demais seriam classificados como perversos, e os
perversos, mesmo estando vivos, são considerados mortos.
Não se pode tentar resolver este problema declarando que o Rabah estava simplesmente sendo humilde, ou que ele cometeu um erro a respeito de seu status espiritual. Em virtude da humildade, uma pessoa diminuiria apenas parcialmente seu valor, mas não o negaria totalmente. Ninguém declararia, por humildade, que é um animal em vez de um ser humano. Ele também não poderia ter errado neste assunto, pois ninguém erra a ponto de declarar que a areia é prata ou ouro. Um engano somente pode ocorrer quando distinguindo entre duas coisas similares. Assim, se um Benoni fosse alguém cujas ações fossem metade virtuosas e metade pecaminosas, Rabah jamais teria errado ao classificar-se como um Benoni.
Como é bem conhecido, Rabah se destacou
por sua integridade e seu enorme apego à santidade, e está registrado que sua
boca jamais cessou de estudar Torá, para que nem mesmo o Anjo da Morte tivesse
domínio sobre ele. Portanto, se uma pessoa tão pura errou ao considerar-se um Benoni,
fica claro que o nível espiritual de um Benoni deve ser extremamente elevado, e
a idéia de transgressão deve ser completamente excluída.
A natureza do pecado Rabi Shneur Zalman explica ainda que mesmo uma rápida verificação da natureza do pecado nos levaria à conclusão de que o Benoni não pode ser alguém constituído de metade Mitzvot e metade transgressões. Após quantas transgressões uma pessoa pode ser classificada de má? Faria bastante sentido dizer que uma pessoa que não obedece a seu Criador mesmo uma só vez é perversa. Enquanto a palavra Mitzvá (da palavra Tzavta, significando "um nó") expressa a idéia de ligar alguém que cumpre a Mitzvá a seu Criador, a palavra para transgressão (Averá) implica que o pecador se transfere do domínio do Eterno, Bendito seja, a um domínio diferente.
A natureza do pecado Rabi Shneur Zalman explica ainda que mesmo uma rápida verificação da natureza do pecado nos levaria à conclusão de que o Benoni não pode ser alguém constituído de metade Mitzvot e metade transgressões. Após quantas transgressões uma pessoa pode ser classificada de má? Faria bastante sentido dizer que uma pessoa que não obedece a seu Criador mesmo uma só vez é perversa. Enquanto a palavra Mitzvá (da palavra Tzavta, significando "um nó") expressa a idéia de ligar alguém que cumpre a Mitzvá a seu Criador, a palavra para transgressão (Averá) implica que o pecador se transfere do domínio do Eterno, Bendito seja, a um domínio diferente.
De fato, mesmo se uma pessoa não está
realmente transgredindo no presente, mas está classificada como "aquele
que peca" — ou seja, está no rumo do pecado, e quando surge uma
oportunidade ele transgride — ele, também, é chamado totalmente perverso. (Isso
é comparável a um ladrão, que é chamado de ladrão mesmo quando está dormindo). Além
disso, para merecer o título de "perverso", a pessoa não precisa
necessariamente transgredir as proibições mais sérias. Mesmo aquele "que
viola uma proibição de menor importância dos Rabis é denominada perversa. E
isso se aplica não somente àquele que transgride proibições, mas também àquele
que não é suficientemente cuidadoso no cumprimento dos preceitos positivos —
este, também, é chamado perverso.
O Benoni é portanto uma pessoa livre de
pecado. Ainda não estamos conscientes de todas estas qualidades positivas, mas
à luz do acima exposto podemos entender como Rabah poderia ter errado em
considerar-se um Benoni.
... continua ...
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