segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

A Trajetória dos judeus do Brasil

    
Brasil conta hoje com uma população mundialmente significativa de judeus, sendo a segunda maior comunidade judaica da América Latina e a décima primeira a nível mundial.


 Os judeus no Brasil colônia

     O Brasil foi palco para a primeira comunidade judaica estabelecida nas Américas. Fator histórico importantíssimo para os judeus nordestinos, os B’nei-Anussim; ramo judaico que recentemente tem se destacado na mídia judaica do mundo inteiro como um verdadeiro “Milagre da Ressurreição”. Pois, são esses registros históricos que os anussitas tomam como referência para fundamentar a sua árvore genealógica até Jerusalém. Com a expulsão dos judeus de Portugal, logo após a sua descoberta, judeus convertidos ao catolicismo (cristãos-novos) já haviam se estabelecido na nova colônia. 

Importantes membros da “comunidade judaica anussita”  pisaram na terra quando o judeu-cristão-novo Pedro Álvares Cabral chegou em 1500, fazendo parte de sua tripulação: Mestre João, médico particular da Coroa Portuguesa e astrônomo; e Gaspar da Gama, intérprete (que ajudara Vasco da Gama nas Índias, onde vivia) e comandante da nau que trazia mantimentos, dentre outros de menor destaque.


 Pedro Álvares Cabral

     Pouco se sabe ao certo a respeito da vida de Pedro Álvares Cabral antes ou depois da viagem que o levou a chegar no Brasil. Acredita-se que tenha nascido em 1467 ou 1468—o ano anterior é o mais provável— em Belmonte, a cerca de 30 km de distância da cidade atual de Covilhãno centro de Portugal. Seu pai foi Fernão Álvares Cabral e sua mãe,Isabel Gouveia, ele era um dos cinco filhos e seis filhas da família. Cabral foi batizado como Pedro Álvares de Gouveia a fim de desvincularem ele de sua origem judaica patente no sobrenome do pai “Cabral” (que deriva de cabra – nome código usado pelos católicos para identificarem os cristãos-novos) e, só anos mais tarde, supostamente após a morte de seu irmão mais velho em 1503, começou a usar o sobrenome do pai. O brasão de armas de sua família foi elaborado com duas cabras roxas em um campo de prata. Roxo representa fidelidade e as cabras derivam do nome de família. No entanto, apenas seu irmão mais velho tinha o direito de fazer uso do brasão da família.
     A família Cabral ganhou destaque durante o século XIV. Álvaro Gil Cabral (trisavô de Cabral e um comandante militar de fronteira), foi um dos poucos nobres portugueses a permanecer fiel ao rei D. João I durante a guerra contra o rei de Castela. Como recompensa, D. João I presenteou Álvaro Gil com a propriedade do feudo hereditário de Belmonte onde hoje se encontra a mais importante comunidade judaica anussita de Portugal – a Comunidade Judaica de Belmonte.
      Criado como membro da baixa nobreza, Cabral foi enviado à corte do rei D. Afonso V em 1479, quando tinha cerca de 12 anos. Educou-se em humanidades e foi treinado para lutar e pegar em armas. Tinha cerca de 17 anos de idade em 30 junho de 1484, quando foi nomeado moço fidalgo (um título de menor importância normalmente concedido a jovens nobres) pelo rei D. João II. Os registros de suas ações antes de 1500 são extremamente incompletos, mas Cabral pode ter excursionado pelo norte da África, tal como haviam feito seus antepassados e era comumente feito por outros jovens nobres de sua época. O rei D. Manuel I, que tinha ascendido ao trono dois anos antes, concedeu-lhe um subsídio anual no valor de 30 mil reis em 12 de abril de 1497. Na mesma época, recebeu o título de fidalgo do Conselho do Rei e foi nomeado Cavaleiro da Ordem de Cristo. Não há nenhuma imagem ou descrição física detalhada de Cabral contemporâneas à sua época. Sabe-se que era forte e igualava seu pai em altura (1,90 metros). O caráter de Cabral tem sido descrito como culto, cortês, prudente, generoso, tolerante com os inimigos, humilde, mas também vaidoso e muito preocupado com o respeito que sentia que sua nobreza e posição exigiam.


Mestre João
     João Faras ou João Emeneslau, mais conhecido como Mestre João, era um médico, astrônomo, astrólogo e físico espanhol presente na expedição comandada por Pedro Álvares Cabral que aportou no Brasil em abril de 1500, sendo considerado por muito tempo como a primeira a chegar em terras brasileiras.
     Médico da coroa portuguesa, era um dos principais tripulantes de Cabral e um dos que se sabe que eram judeus - o outro era Gaspar da Gama, que historicamente além de Cabral, se destacariam em meio aos seus por suas habilidades e destreza no papel que desempenhavam.
     No dia 28 de abril de 1500 ele teria enviado uma carta para o rei D. Manuel I em que, como a Carta de Pero Vaz de Caminha, fazia comentários sobre as novas descobertas. Em um dos trechos da carta, escrita na atual Baía Cabrália, onde realizou os primeiros estudos astronômicos no Brasil, ao identificar pela primeira vez a constelação do Cruzeiro do Sul, sugere ao rei que peça um mapa onde veria a localização das terras onde eles estavam, o que faria crer que os portugueses já conheciam o território brasileiro.
     A Carta do Mestre João foi descoberta pelo historiador Francisco Adolfo de Varnhagen, sendo publicada pela primeira vez em 1843, na Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro , Rio de Janeiro, 1843, tomo V nº 19.



Fernão de Noronha
     Outro personagem que ganharia vulto, principalmente para os judeus anussitas foi Fernão de Noronha, também chamado Fernando de Noronha, corruptela de Fernão de Loronha (seu verdadeiro nome) (século XV - século XVI) foi um judeu português convertido ao catolicismo (cristão-novo) que se tornou um dos primeiros grandes exploradores de pau-brasil nas terras recém-descobertas do Brasil pelo reino de Portugal.
     Rico empreendedor, comerciante e armador, natural das Astúrias, Noronha era representante do banqueiro Jakob Fugger na Península Ibérica. Juntamente com outros cristãos-novos, comerciantes portugueses, obteve concessão para explorar os recursos naturais do Brasil durante três anos e em 1503 obteve da Coroa o contrato para exploração do pau-brasil, a valiosa madeira de tinturaria. O consórcio financiou a expedição de Gonçalo Coelho em 1503 que em 24 de julho descobriu a magnífica ilha que mais tarde tomaria seu nome. Em 1506, Noronha e os sócios extraíram das novas terras mais de 20 mil quintais de pau-brasil, vendidos em Lisboa com um lucro de 400% a 500%. Em 1511, associado a Bartolomeu Marchionni, Benedito Morelli e Francisco Martins, participou da armação da nau Bretoa, que a 22 de julho retornou a Portugal com uma carga de 5 mil toras de pau-brasil, animais exóticos e 40 escravos, mulheres em sua maioria.
     Como conseqüência do contrato e da expedição de Gonçalo Coelho, o rei D. Manuel I (1495-1521) doou, em 1504, a Fernão de Noronha, a primeira «capitania do mar» no litoral: a ilha de São João da Quaresma, atual Fernando de Noronha.
     Em 28 de Junho de 1524, foi feito fidalgo de cota de armas por D. João III, em Portugal, que já tinham sido concedidas anos antes por Henrique VII de Inglaterra. A 23 de Setembro de 1532 ser-lhe-iam atribuídas armas novas, distintas das anteriores.
     Alguns atribuem a Fernão de Noronha a mudança dos nomes cristãos de Ilha de Vera Cruz e Terra de Santa Cruz para Brasil.



O Judeu Caramuru
     Nos dez anos seguintes, outros dois judeus naufragaram perto da costa brasileira e integraram-se aos indígenas: João Ramalho e Diogo Álvares Correia, o "Caramuru", que serviriam de intérpretes para novos portugueses que foram chegando. No mesmo período, Fernão de Noronha extraía pau-brasil da costa atlântica; as árvores ficariam conhecidas como "madeira judaica". Muitos judeus portugueses, procurando fugir da intolerância católica em Portugal, viam no "novo mundo" a oportunidade de praticar livremente seu culto, incluindo-se aí os cristianizados que praticavam o judaísmo em segredo - os cristãos-novos. Martim Afonso de Sousa era um dos cristãos-novos que chegaram ao Brasil no século XVI, como governante de uma das capitanias hereditárias.
     Mais judeus pioneiros chegaram ao país na época das invasões holandesas do Brasil, em 1630, uma vez que compunham na Holanda uma comunidade tolerada, razão pela qual os holandeses foram bem recebidos pela comunidade judaica já estabelecida no Brasil. O Nordeste brasileiro ficou sob o domínio holandês por vinte e quatro anos e, neste período, muitos sefarditas se estabeleceram no país, principalmente em Recife, onde tornaram-se prósperos comerciantes e fundaram a primeira sinagoga das Américas; a Kahal Tzur Israel. Com a expulsão dos holandeses, a maioria dos judeus estabelecidos no Brasil fugiram para os Países Baixos ou outras possessões holandesas, como as Antilhas e Nova Amsterdã, que posteriormente seria renomeada como Nova York após ser cedidas aos ingleses. Ali fundaram a primeira comunidade judaica dos Estados Unidos e uma terça parte desses judeus nordestinos se deixaram assimilar para garantir sua permanência no Brasil e preservar a integridade moral e física de sua família, gerando mais tarde os que ficariam conhecidos B’nei-Anussim que hoje lutam pelo reconhecimento como judeus de nascimento perante o rabinato israelense.
     As últimas informações sobre a presença destes judeus ibéricos no Brasil datam de meados do século XVIII. Nessa época, com o desenvolvimento da mineração na colônia, milhares de portugueses se deslocaram para a região das Minas Gerais, entre eles, um número considerável de cristãos-novos. Através da Inquisição, muitos desses sefaraditas foram julgados, enviados à Portugal e condenados à prisão. De fato, muitos desses cristãos-novos não mais mantinham ligações com o judaísmo, mas, por serem ricos comerciantes e mineiros, eram acusados de praticar judaísmo por seus inimigos e dificilmente se livravam das condenações da Inquisição.
     No final do século XVIII, já não havia mais relatos sobre judeus no Brasil. Todos haviam saído da colônia ou mantiveram-se em sociedades secretas tão bem organizadas que acreditava-se que os que restaram no Brasil haviam se convertido ao Cristianismo, o que faz com que muitos brasileiros possuam, mesmo sem saber, origens em judeus portugueses e espanhóis.



A nova remessa de judeus ao Brasil
     A imigração judaica no Brasil foi um movimento migratório do início do século XIX até a primeira metade do século XX, especialmente nas regiões Sul, Sudeste e Norte. O judeu brasileiro é um brasileiro que possui ascendentes e/ou crença judaica. Também são consideradas judeus brasileiros as pessoas nascidas no exterior mas radicadas no Brasil.

 A imigração a partir do século XIX
     Uma nova onda de imigrantes judeus, sefarditas, começou a chegar ao Brasil em 1810, vindos principalmente do Marrocos, estabelecendo-se na Amazônia, principalmente em Belém, onde fundaram em 1824 a mais antiga sinagoga em funcionamento no Brasil e, em 1848, o primeiro cemitério israelita do país; e em Manaus, onde chegaram em 1880. Boa parte dos que chegaram no final do século vinham em função da época dourada da borracha, e sua vinda foi financiada pelos que já estavam na região. Cametá, no interior do Pará, chegou a ter metade de sua população branca constituída de sefarditas.
     As famílias mais ricas mudaram-se para o Rio de Janeiro com o declínio da borracha. Ainda assim, a grande assimilação que tiveram na região, envolvendo também sincretismo religioso, fez com que a proporção de descendentes de judeus entre a população branca da Região Norte (amplamente de sefarditas) seja a maior do país. A saga dos judeus amazônidas foi levantada no livro Eretz Amazônia, de Samuel Benchimol.
     Em fins do século XIX, uma outra onda de imigração judaica já se fazia presente no sul do Brasil, inserida dentro do fenômeno da grande imigração no Brasil, que ocorreu principalmente entre 1870 e 1920. Neste período, cerca de 5,5 milhões de imigrantes desembarcaram no Brasil, sendo o número de judeus não muito expressivo, pois estes preferiam imigrar para os Estados Unidos.
Com a Proclamação da República do Brasil, uma Constituição foi promulgada, garantindo liberdade religiosa no Brasil, o que facilitou a vinda de imigrantes judeus, desta vez um grande número de asquenazes: a maior parte era proveniente do Leste europeu, regiões da atual Polônia, Rússia e Ucrânia. A maioria desembarcava no porto de Santos e rumava para a cidade de São Paulo onde rapidamente constituiu-se uma próspera comunidade de comerciantes judeus. Com a ascensão do nazismo na Alemanha na década de 1930, formou-se um maior contingente de imigrantes judeus (asquenazes em sua maioria) rumando para o Brasil. Além de São Paulo (principalmente no Bom Retiro), os judeus marcaram presença no Rio de Janeiro, no Sul do Brasil e em outras partes do país. No Rio Grande do Sul possui a fazenda Philipson, fundada no ano de 1904. Ela é considerada como a formadora da primeira escola judaica no Brasil e está localizada no município de Itaara ao lado da BR-158. Posteriormente os imigrantes e descendentes migraram do Bom Retiro para regiões nobres da cidade de São Paulo, como Higienópolis e Jardins.
No Brasil, os imigrantes judeus praticamente não encontraram resistência religiosa e ficaram isentos de preconceito por parte da população local, o que tornou sua adaptação muito mais fácil que as comunidades judaicas norte-americana e argentina, por exemplo. Hoje em dia, a comunidade judaica brasileira participa ativamente na sociedade e estão bastante integrados no país.



Origem dos judeus brasileiros

Perguntados sobre sua origem étnica, os judeus brasileiros responderam:



Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Preparando-se para a Era Messiânica

 Qual é a Crença Judaica Sobre o Final dos Dias?
O termo “Final dos Dias” é extraído de Bamidbar 24:4. Isso sempre foi usado com uma referência à Era Messiânica e portanto exploraremos, embora de maneira breve, a crença judaica na vinda do Mashiach.


O que significa a palavra Mashiach
Mashiach é a palavra hebraica para Messias. Messias significa um salvador ou “esperado como libertador”. Na verdade, a palavra Mashiach em hebraico significa “ungido”. Em hebraico bíblico o título Mashiach era concedido a alguém que atingisse uma posição de nobreza e importância. Por exemplo, o Sumo Sacerdote é mencionado como o Cohen Hamashiach.
Na literatura talmúdica o título Mashiach, ou Melech Hamashiach (o Rei Messias) está reservado para o líder judaico que redimirá Israel no Final dos Dias.

Em que consiste a crença no Mashiach?

Um dos princípios da fé judaica enumerados por Maimônides é que um dia surgirá um líder judeu dinâmico, um descendente direto da dinastia do Rei David, que reconstruirá o Templo em Jerusalém e reunirá judeus de todas as partes do mundo, levando-os de volta à Terra de Israel.
Todas as nações do mundo reconhecerão Mashiach como líder mundial e aceitarão seu domínio. Na Era Messiânica haverá paz no mundo, sem guerras e fome, e em geral, com um alto padrão de vida.
Toda a humanidade adorará um único D’us e terá um modo de vida mais espiritual e moral. A nação judaica estará ocupada com o estudo de Torá e no entendimento de seus segredos.
A vinda de Mashiach completará o propósito de D’us na criação. O homem construirá uma morada para D’us nos mundos inferiores revelando a espiritualidade inerente no mundo material.

Isso não é um sonho utópico?
Não. O Judaísmo crê ardentemente que, com a correta liderança, a humanidade pode mudar, e mudará. A qualidade liderante de Mashiach significa que por meio de sua personalidade dinâmica e seu exemplo, aliados a uma humildade manifesta, ele inspirará todas as pessoas a lutarem pelo bem. Ele transformará um sonho aparentemente utópico numa realidade. Ele será reconhecido como um homem de D’us com qualidades de liderança maiores até que as de Moshê.
Na sociedade atual muitas pessoas estão desoladas com a falência dos padrões morais e éticos. A vida não tem valor, o crime é comum, o abuso de drogas e do álcool está aumentando, os jovens perderam o respeito pelos mais velhos. Ao mesmo tempo, a tecnologia avançou em saltos gigantescos. Não há dúvida de que hoje, se corretamente canalizados, o homem tem todos os recursos necessários para criar um bom padrão de vida para toda a humanidade. Ele carece apenas de vontade social e política. Mashiach irá inspirar todos os homens a atingirem aquela meta.


Por que a crença num Mashiach humano?
Algumas pessoas acreditam que o mundo “evoluirá” por si mesmo numa Era Messiânica sem um líder humano. O Judaísmo rejeita esta crença. A história humana sempre foi dominada por construtores de impérios sedentos pelo poder.
Outros acreditam no Armagedon – que o mundo se auto-destruirá, seja por guerra nuclear ou pelo terrorismo. O Judaísmo também rejeita esta opinião.
Nossos profetas falam sobre o advento de um líder humano, cuja magnitude o mundo ainda não viu. Seu exemplo e liderança ímpares vão inspirar a humanidade a mudar de direção.


Onde o Mashiach é mencionado nas Escrituras?
As Escrituras estão repletas de citações messiânicas. Em Devarim 30:1 Moshê profetiza que, depois de os judeus terem sido espalhados aos quatro cantos da terra, virá um tempo no qual eles se arrependerão e voltarão a Israel, onde cumprirão todos os mandamentos da Torá. O profeta gentio Bilam profetiza que este retorno será liderado pelo Mashiach (Bamidbar 24:17-20). Yaacov refere-se a Mashiach pelo nome Shilo (Bereshit 49:10).
Os profetas Yeshayáhu, Yirmiyáhu, Yechezkel, Amos, Yoel e Hosea todos se referem à Era Messiânica. Para referências completas o leitor pode consultar o livro Mashiach, por Rabi Dr. I. Schochet. É interessante notar que na parede do edifício das Nações Unidas em Nova York está inscrita uma citação de Yeshayáhu (cap. 11:6): “E o lobo deitará com o cordeiro.” Além disso, está claro pelos profetas, quando estudados no original hebraico, que Mashiach é um conceito judaico e acarretará um retorno à Lei da Torá, dominando firmemente qualquer “outra” crença messiânica.


Que tipo de líder será Mashiach?
Mashiach será um homem que possui qualidades extraordinárias. Será proficiente tanto nas tradições escritas quanto nas orais da Torá. Lutará incessantemente pela observância da Torá entre os judeus e pela observância das Sete Leis Noahidas entre os não-judeus. Ele será escrupulosamente observante e encorajará outros a atingirem os mais altos padrões. Defenderá princípios religiosos e reparará as brechas em seu cumprimento. Acima de tudo, Mashiach será considerado um verdadeiro Rei, uma pessoa que lidera o caminho no serviço a D’us, totalmente humilde e inspirador.

Quando Mashiach virá?
Os judeus antecipam a chegada do Mashiach todos os dias. Nossas preces estão repletas de pedidos a D’us para introduzir a Era Messiânica. Até nos portões das câmaras de gás muitos judeus cantaram “Ani Maamin” – Creio na vinda do Mashiach!

No entanto, o Talmud declara que há um tempo predestinado para Mashiach vir. Se formos merecedores, ele pode vir até antes do predestinado. Este “final dos tempos” permanece um mistério, porém o Talmud declara que será antes do ano hebraico 6.000.(Estamos no ano judaico de 5771).
Isso não afasta a possibilidade de Mashiach chegar hoje e agora, se merecermos. Deve-se notar que muitas autoridades de Torá são da opinião de que estamos na “época do Mashiach” e o Rebe declarou em diversas ocasiões que a Redenção da Era Messiânica está iminente.


Mashiach poderia chegar a qualquer hora em qualquer geração?
Sim, Em toda geração há uma pessoa que potencialmente poderia ser o Mashiach. Quando D’us decidir que chegou a época, Ele concederá sobre aquele indivíduo os poderes necessários para que ele precipite a Redenção.
Qualquer Mashiach em potencial deverá ser um descendente direto do Rei David, bem como erudito de Torá. Deve ser notado que muitas pessoas que vivem atualmente podem ter sua linhagem traçada até o Rei David. O Rabino Chefe de Praga no século 16, Rabi Yehuda Loew (o Maharal), tinha uma árvore genealógica remontando à dinastia davídica. Portanto, qualquer descendente direto do Maharal é de ascendência davídica.

Maimônides, um notável filósofo e codificador do Século 12, decreta que se reconhecermos um ser humano que possui as qualidades excepcionais atribuídas a Mashiach, podemos presumir que ele é o potencial Mashiach. Se este indivíduo realmente conseguir reconstruir o Templo e reunir todos os exilados, então ele é o Mashiach.


O que acontecerá exatamente quando Mashiach vier?
Maimônides declara em sua obra Mishnê Torá – um compêndio de toda a tradição haláchica – que Mashiach primeiro reconstruirá o Templo e então reunirá os exilados. Jerusalém e o Templo serão o foco da adoração Divina e “De Tzion brotará a Torá, e a palavra do Eterno de Jerusalém.”

O Sanhedrin – o supremo tribunal judaico com 71 Sábios – será estabelecido e decidirá sobre todos os assuntos da lei. Nessa época todos os judeus voltarão à completa observância e prática de Torá. Deve-se notar que nesta época atual de grande assimilação e emancipação, um retorno sem precedentes de judeus aos verdadeiros valores de Torá tem ocorrido. Este fenômeno de “baal teshuvá” está aumentando e abre caminho para um completo retorno na Era Messiânica.



Haverá milagres?
O Talmud discute esta questão e novamente chega à conclusão de que, se tivermos merecimento, a Redenção Messiânica será acompanhada por milagres. No entanto, a realização do sonho messiânico, mesmo que ocorra naturalmente, será o maior milagre.
Segundo algumas tradições, o próprio D’us reconstruirá o Terceiro Templo. De acordo com outras, será reconstruído por Mashiach, ao passo que outros sugerem uma combinação das duas opiniões. Alguns sugerem que haverá dois períodos distintos na Era Messiânica: a primeira, um período não-miraculoso, que levará a um segundo período repleto de milagres.
Maimônides escreve: “Nem a ordem da ocorrência desses eventos nem seus detalhes exatos estão entre os princípios fundamentais da fé… deve-se esperar e acreditar na concepção geral do assunto.”

O que será feito do mundo como o conhecemos?

Inicialmente, não haverá mudança na ordem do mundo, exceto sua prontidão em aceitar o governo messiânico. Todas as nações do mundo se esforçarão para criar uma nova ordem mundial, na qual não haverá mais guerras ou conflitos. Inveja, ódio, ganância e discórdia política (do tipo negativo) desaparecerá e todos os seres humanos lutarão apenas pelo bem, pela bondade e pela paz.
Na Era Messiânica haverá grandes avanços na tecnologia, permitindo um alto padrão de vida. A comida será farta e custará pouco.
No entanto, o foco da aspiração humana será a busca do “conhecimento de D’us”. As pessoas se tornarão menos materialistas e mais espirituais.


O que precede a chegada de Mashiach?
O Talmud descreve o período imediatamente anterior ao advento de Mashiach como uma época de grande conflito. Haverá uma recessão mundial e os governos serão controlados por déspotas. Será nessa situação problemática que se dará a vinda de Mashiach.

Há uma tradição de que ocorrerá uma grande guerra, chamada a guerra de Gog e Magog, e há muita especulação sobre a hora exata desta guerra em relação à chegada de Mashiach.
Há uma tradição de que o Profeta Eliyáhu virá ao mundo anunciar a chegada iminente do Mashiach. No entanto, segundo outras opiniões, Mashiach pode chegar sem ser anunciado. Eliyáhu viria então para ajudar no processo de paz. Alguns sugerem que se Mashiach chegar em seu tempo predestinado, então Eliyáhu anunciará sua chegada, mas se Mashiach vier de repente, então Eliyáhu aparecerá depois que Mashiach vier.
Como foi mencionado antes, não está claro quando exatamente estes eventos ocorrerão. No entanto, esta incerteza não afeta o tema geral da chegada de Mashiach.

Quando ocorrerá a ressurreição dos mortos?
Um dos princípios da fé judaica é a crença na ressurreição dos mortos. Segundo o Zôhar – um antigo texto cabalista – a ressurreição ocorrerá quarenta anos após a chegada de Mashiach. No entanto, determinados indivíduos justos se erguerão com a vinda de Mashiach. Todos os mortos ressuscitarão na Terra de Israel.
Há um pequeno osso no corpo chamado osso Luz (alguns o identificam como o cóccix), a partir do qual o corpo será reconstruído no tempo da ressurreição. Nossas preces diárias estão repletas de pedidos pela ressurreição e há muitos costumes conectados com isso.

O que pode ser feito para trazer Mashiach?
Em geral, a humanidade deve esforçar-se para realizar mais atos de bondade. O judeu está obrigado a estudar e estar consciente da Redenção messiânica, e a fortalecer sua fé na suprema e iminente chegada do Mashiach.
A caridade é um catalisador para a Redenção, e todos os dias em nossas preces nós imploramos muitas vezes pela reconstrução de Jerusalém, pela reunião de todos os exilados e pelo retorno da observância da Torá sob a liderança do Mashiach. O Rebe montou uma campanha de alcance mundial para aumentar a conscientização sobre a iminente chegada de Mashiach. O Rebe conclamava cada judeu e preparar-se, a preparar sua família e comunidade para a sua chegada. Isso pode ser conseguido melhor através de “vivendo com Mashiach”, ou seja, praticando atos de bondade, estudando sobre Mashiach e ansiando pela sua vinda.

Adpatado do post da: http://www.chabad.org.br/biblioteca/artigos/prepara_mashiach/home.html 

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Os perigos da Halakhá por Haim Cohen

Halachá é a lei rabínica de decisões judiciais. Suas resoluções no presente são como um “urso no jardim”. Centenas de decisões com relação às questões rabínicas - cada um em seu próprio julgamento, cada um ao seu próprio rebanho - as leis estatais que estabelecem a desobediência ao comando militar e vão de contra às regras modernas. Este “urso no jardim” tornou possível para um aluno atento religiosamente à retidão assassinar o primeiro-ministro de Israel.

O homem preso sob suspeita de ter assassinado o falecido primeiro-ministro fez a seguinte afirmação em tribunal: a de que "Halachá (lei rabínica) afirma que, se um judeu deixar de mão o seu povo ou entregar sua terra para o inimigo, ele deve ser morto de uma vez". Não é claro de acordo com esta declaração se ele chegou a essa conclusão por sua própria decisão, se foi entregue a ele por alguém autorizado a fazer decisões halakhicas ou se ele fundamentou seu comportamento baseado em sua lembrança do seu período de
estudos Talmúdicos. Seja qual for o caso, pode-se supor que ele fez a declaração na plena convicção de que isto era realmente o que Halakhá obrigou-o a fazer.

Quem é autorizado a emitir pareceres Halakhicos?
Ouvir uma declaração como a citada acima desperta uma série de perguntas. O que exatamente é essa coisa chamada Halakhá? Quem tem a autoridade para tomar decisões e pronunciar julgamentos halakhicos? Qual é o status de decisões conflitantes e contraditórias prestados por entidades diferentes? Como pode ser obrigatório cumprir a Halakhá, em oposição à lei do Estado? Pode o cumprimento de um mandamento religioso ser usado como uma defesa em um julgamento criminal? Pode haver uma Halakhá criminal?
A natureza da "Halakhá" tem sido discutida inúmeras vezes. Dos muitos atributos atribuídos ao corpo da Halakhá ou Halakhot [plural de Halakhá: a Halakhá designa tanto o corpo da lei rabínica quanto uma única decisão], só é relevante para a presente edição: Halakhá é o que prescreve a Torá que deve ser
feito, ou o corpo de tais prescrições. Halakhá é fácil de ser reconhecida nos julgamentos coletados nas grandes codificações, como as do Rambam [a.k.a Maimônides,] do século 11 e do rabino Joseph Caro [autor do Shulchan Arukh] do século 16, apesar de muitas sentenças serem necessárias a sua aplicação em determinados casos encontrarem problemas em seu embasamento nesses dois códigos estabelecidos como referência geral. É mais difícil reconhecer Halakhá nas decisões das autoridades dos últimos dias. Eles têm dado decisões sobre uma série de questões contemporâneas que são levadas ao seu conhecimento sob a forma de perguntas dos discípulos e admiradores. Embora eles tendo destinado as suas decisões como respostas, a validade de tais respostas no geral, não têm sido reconhecidas como válidas, entre todas as comunidades do mundo judaico. Até hoje ainda existem rabinos halakhicos ocupados em deliberar e renderizar - e não só no âmbito dos tribunais rabínicos -, aumentando assim o corpus da lei rabínica.
De onde é que essas autoridades retiram a sua autoridade? A partir do texto bíblico: "... e você deve observar escrupulosamente todas as instruções dadas a você. Você deve agir sobre as instruções dadas a você e os estatutos proferidos pelos líderes, você não deve desviar-se da sentença que anunciada a vocês nem para a direita ou para a esquerda "(Dt 17:10-11). Já em tempos talmúdicos, nossos Sábios ensinaram que "as instruções dadas a você" significava a sentença proferida por uma autoridade Halakhica, enquanto "as decisões proferidas para você" se referia à decisão dos juízes ou dayanim em um [tribunal rabínico dayanim é o plural de dayan =] juiz religiosos do tribunal. Para ambas as autoridades que você deve obediência, mesmo que "eles deveriam dizer-lhe que é esquerda a direita, e que a direita é esquerda". (Sifrei Devei Rav Deuteronômio, 154).
Outros encontraram sua prerrogativa no texto: "Pergunte ao seu pai, ele irá informá-lo, os mais velhos, eles vão te dizer" (Deuteronômio 32:7). "Anciãos" que encontramos logo na montagem de setenta anciãos que Moisés nomeous para ajudá-lo (Números 11: 16-17). Foi por força especial de Moisés, que o Divino Espírito aliviou o peso em seus ombros. Mais tarde substituído por outras gerações de "Ansiões", confundidos com "Sábios" ("Ninguém pode ser um ancião que não é um sábio" [Kiddushin 32b]). A autoridade dos Anciãos é a de prescrever regras para o comportamento passado dos sábios. Um Midrash hagádico [comentários iniciais sobre os textos bíblicos] informa-nos com absoluta certeza que os sábios "que aparecem em cada geração, cada um deles recebeu a sua parte do monte Sinai", isto é, da parte de Deus (Shemot Raba 28).
Mas quem é um "sábio"? Os sábios talmúdicos definidamente simplesmente se destacam: eles são verdadeiros sábios de originalidade maravilhosa. Quando eles se diferenciavam entre si e davam instruções conflitantes, eles próprios, afirmavam que "estes e estas são as palavras vivas de Deus".
Eles também encontraram critérios objectivos para resolver a diferença de opiniões. Por exemplo, "Entre um parecer e outro, a maioria obtém que decide qual deles seria válido era a maioria governista". Houve também um critério subjetivo: o parecer de um grande erudito e importante não é como a de um rabino ordinário. Às vezes a Halakhá foi determinada de acordo com as opiniões de alguns sábios, cujo parecer foi preferido ao dos seus rivais, tanto em todos os casos ou com respeito a um domínio específico do direito.


Cada rabino é o maior de sua geração'
Um rabino "grande" é reconhecido por "sua sabedoria e seus números". Os números (dos seus alunos ou de seus anos de idade) podem ser contados, mas como medir a sabedoria? Talvez tenha sido assumido que a sabedoria de tal "grande rabino" seria um fato geralmente reconhecido, uma sabedoria de qualidade que trouxe fama ao seu possuidor, cuja reputação correu antes dele. Já no período talmúdico, e mais ainda durante a Idade Média e até os tempos modernos, a grandeza de um sábio foi descoberto na proximidade de Deus que lhe foi atribuído. Assim, é contada pelo Rabino Yokhanan Ben Zakai que ele compreendeu "a conversa dos anjos, dos demônios e das palmeiras"; de Rabi Dossa Ben Hanina que ele tinha o poder de fazer maravilhas e mudar a ordem da criação ; do rabino Akiva, que havia descoberto os segredos do céu e sentou-se na companhia dos anjos. [Estudantes da Cabala (o misticismo judaico)] cabalistas contaram como seus professores entravam e saíam do palácio celestial. Os Hassidim atribuem aos seus Tzadikim [o líder rabino, geralmente carismático, de uma comunidade hassídica] o contato freqüente e regular com Deus e seus anjos. Tais prodígios de grandeza conferiam como uma questão de autoridade absoluta em curso da Halakhá. Ele é escrito em um dos livros que o hassidicos Tzadikim são "as leis e os mandamentos" - uma identificação total da obediência aos mandamentos da Torá, com obediência aos mandamentos do Tzadik. O Talmud também lhes forneceu uma justificação para a sua fé em seus líderes: "Para um únic Tzadik o mundo foi criado", "Os Tzadikim são maiores do que os anjos e irão a Deus", "Deus anula o seu veredicto em favor daquele Tzadik" --- se poderia ir em frente.
Em todas as correntes do judaísmo, a mais alta autoridade em qualquer momento, o líder predominante, é conhecido como o "grande da nossa geração". Talvez houvesse momentos em que todo o Israel sabia quem era o “grande da geração” (embora nem todos os contemporâneos do Rambam eram da mesma opinião sobre ele). Hoje, esse consenso já não é sequer remotamente possível. Por falta de um reconhecimento de um 'Maior', o título tem se propagado de forma indiscriminada - um rabino dá-lo em outro; discípulos, alunos e admiradores reconhecem-o em sucessão a seu rabino. Títulos como "gênio", "luz da justiça ',' santo ',' homem de Deus», «paradigma», «grande luz», tornaram-se tão comum que já não nos dizem uma coisa de capacidade verdadeira do homem ou habilidade. E uma vez que qualquer rabino em Israel pode ser dada - e, geralmente, é dada - o título de "Maior de nossa geração," não houve nenhuma forma de prevenir a fragmentação da autoridade halakhica o “Maior” tem em paralelo dez mil ou autoridades rivais, que culmina com a perda de toda a coerência. Quem quer que tenha sido formalmente ordenado rabino, por implicação goza de autoridade para emitir juízos halakhicos e não há nenhum rabino em Israel livre desse poder. Assim, cada geração gera um novo exército de mil vozes “aptos” a toamarem 'decisão'.

O escárnio e a zombaria dos Rabinos
Já escrevi em outro lugar que a autoridade formal não é suficiente, mas ser deve complementada por uma autoridade carismática (kharisma, em grego, o favor divino, =). Essa é a credibilidade que irradia da personalidade de uma autoridade halakhica [a Halakhá posek] ou as qualidades divinas que lhe são atribuídas, ou que deriva do estado de seu cargo ou função. A lei israelense concedeu o status de Halakhá posek sobre os dois grandes Rabinos de Israel e ao Conselho do Rabinato Chefe. Eles são autorizados a entregar "responsa e decisões sobre questões de Halakhá às pessoas que procuram os seus conselhos". A lei do Estado, entretanto, não é a Halakhá. Do ponto de vista puramente halakhico, a posição oficial do rabino-chefe não pode dar ao seu proprietário qualquer estatuto especial. Na verdade, sabemos que alguns rabinos desprezam as decisões halakhicas do Rabinato Chefe de não-vinculativa; outras autoridades halakhicas vêm no escritório do Rabinato Chefe uma pretensão de poder presumir a culpa por sua própria autoridade, ou mesmo a cogitar uma "interpretação que não consta na Torá de acordo com a Halakhá "- um terrível pecado.
O coração ea alma da autoridade carismática é a respeitabilidade atribuída a uma posek (autoridade halakhica) por seus seguidores e estudantes. Quem se recusa a reconhecer a autoridade do Rabinato Chefe tem o seu próprio rabino que reconhece a sua autoridade. Hassidim reconhecem a autoridade do rabino para cuja comunidade a que pertencem, e rejeitam a de qualquer outro rabino. Os Mitnagdim [adversários históricos do movimento hassídico desde o seu início no século 18] rejeitam a autoridade do rebbes ou Hassidim ', enquanto aderindo aos seus próprios mentores - e há tantos mentores quantos existem congregações. Não há uma comunidade, nãohá uma escola de pensamento religioso que não tem a sua própria autoridade halakhica para estabelecer a lei. A decisão proferida pelo rabino fulano se liga apenas àqueles que não lhe rendem homenagem – é que cada posek vai admitir o fato. Cada posek considera sua decisão, de boa-fé, como a verdadeira interpretação da Halakhá, e, tanto quanto ele se preocupa, os judeus têm de obedecer.
No entanto, seus rivais na Halakhá, uns porque desprezam sua personalidade, outros que rejeitam as suas credenciais acadêmicas, são muito propensos a rejeitar suas decisões fora de mão, e não raro, não hesitaram em elevar a voz de seu escárnio e tornar público o zombar dele. Mas o que o ridicularizam os rivais, os seguidores executam fielmente, enquanto eles, por sua vez, escarnecem os rivais, e queconsiste em raspar a própria barba fora de tempo em vez de observar a jurisprudência do rabino rival.


A politização da Halachá
Um observador externo, por vezes, sentirá a sensação de que a Halakhá é, mas o barro nas mãos do oleiro: a cada posek seu próprio público, a cada autoridade halakhica suas decisões próprias. Há, naturalmente, alguns princípios básicos que todos concordam, mas é precisamente no que respeita às questões contemporâneas, que exigem novos acordos, que existem divergências de opinião e de instrução. Um julga com misericórdia, outr com rigor implacável. Um Posek A diz que as leis do Estado de Israel devem ser obedecidas, um Posek B vai proibir obedecer esta ou aquela lei. Posek X é tudo para a dignidade humana eo amor do homem, enquanto Posek Y prega o ódio dos gentios e dos judeus ímpios. O que é verdadeiramente maravilhoso é que todas estas decisões conflitantes são designadas na Halakhá, e que todos e cada um deles vai encontrar adeptos ansiosos para tomar o seu jugo sobre eles.
As questões contemporâneas conflitantes que mencionamos são principalmente na esfera da política atual e de rabinos que proferem decisões sobre estas questões que têm objetivos políticos em vista. Eles fazem perguntas e dão as suas respostas, e não para a maior glória da Torah, nem com a finalidade de resolver esta ou aquela questão difícil de caráter halakhico, mas para seu próprio bem, mas a fim de fornecer uma base halakhica aos movimentos políticos e programas. Rabi Avraham Shapira, ex-Rabino Chefe de Israel, recentemente advertiu contra os rabinos "tentando ganhar estatura entre as pessoas comuns e ignorantes da terra, precipitando-se para assumir a liderança e prescrições das questões em Israel". Por suas decisões políticas, diz ele, "puseram o povo ainda mais em contradição uns com os outros e estão destruindo o mundo [judaico]" (Ha'aretz, 16 de dezembro 95). No entanto, o rabino Shapira manifestou mais de uma vez o seu selo sobre as decisões político-halakhica: aparentemente ele quer essa autoridade reservado ao 'os grandes da geração'. Ainda assim, mesmo no campo religioso existem muitas pessoas respeitáveis, cujo parecer é de que a Halakhá e política não se misturam; à sua mente qualquer politização da Halakhá “dói” na Halakhá eperturba a política. Uma das maiores autoridades halakhicas nos Estados Unidos, o rabino Yosef Soloveichik, já emitiu uma decisão, requer que a Halakhá política é para ser deixada aos políticos e à guerra para os soldados. Autoridades halakhicas próprias de Israel, no entanto, não aceitam o seu julgamento como Halakhá.
Quase todos afirmam que não há nenhuma questão em todo o mundo para que a "Halakhá" não tem a resposta: "Procure nela e procure novamente, está tudo lá" (Avot 5:22). Além disso, assim como um juiz do estado do sistema jurídico não pode subtrair-se dos acordos, alegando que não há resposta para a questão em disputa é para ser encontrado em todas as suas leis e precedentes, por isso nenhum posek pode negar que a Halakhá pode fornecer uma solução para todos os problemas.
A respeito do nosso próprio problema particular, não temos outra escolha senão aceitar que a tomada de decisões halakhicas para fins políticos é um fato e uma prática comum. Partes dos ultra-ortodoxos políticos proclamam que todas as suas ações políticas devem receber o selo de aprovação prévia do seu «Conselho dos Grandes da Torah 'ou da' Sábios da Torah". E embora estas aprovações sejam concedidas ou retidas na fonte sobre os cálculos políticos, os Grandes da Torá e sábios são assumidos para combinar os seus cálculos para o corpo da Halakhá cuja autoridade deve se reconhecer.
(Por exemplo: a questão política da existência ou não permitir que seus deputados para se juntar à coalizão de governo, eles são assumidos ter considerado a decência de se sentar em uma assembléia de judeus descrentes ou na sociedade das mulheres, e se as  'transgressões "cometidos por participar da coalizão são contrabalançados pelos benefícios de se esperar, no reforço da Torá e ampliar o bem-estar dos seus alunos).

A Portaria halakhica proibe a evacuação dos territórios ocupados
Mesmo em questões puramente políticas, decisões halakhicas ainda são baseadas em interpretações da Torá oral ou escrita. Uma decisão que impôs a todos os judeus israelenses o direito de matar árabes (Ha'aretz, 05 de dezembro 94), foi baseada em cinco mandamentos da Torá: para erradicar todos os vestígios de Amaleque [como as primeiras pessoas a atacar os israelitas depois do êxodo do Egito, que representam] todos os inimigos de Israel hereditária, para ocupar a terra, para santificar a glória de Deus, para não ficar de lado quando a vida de seu vizinho está em jogo, a vingança exata do Senhor. O fato de interpretações deste posek particular não pode ser contestado, nem aqui nem lá. Não só os posek em si mesmo, mas também seus alunos e os membros de sua comunidade todos aceitam suas leituras, como se proferida do Sinai propriamente dita. Os árabes mais se encontram em seus corações para matar o mais louvável que dentre eles estão, e melhor garantia de recompensa do céu.
O perigo da Halakhá é, em grande parte, uma cegueira dos que a obedecem. As palavras da Torá: "Vocês não devem ocupar a terra e resolver com ele" (Dt 11, 31) são interpretados como uma ordem divina para não desistir de uma polegada de terra para os gentios. O fato de que há outras interpretações desse versículo - por exemplo, como uma promessa e não como uma injunção - não faz a menor diferença para a validade da decisão halakhica prestada. Uma decisão halakhica proibindo o governo a evacuar os territórios ocupados é flagrante ingerência política, no entanto halakhicamente está correto. Ainda poskim [plural de posek] não se absteem de interferir, mesmo quando é óbvio para eles que o governo não será capaz de tomar suas decisões em consideração, não porque são halakhicamente doentias, não porque seus autores não são competentes para emitir pareceres halakhicos, mas simplesmente porque um governo político – as decisões de qualquer governo não deve ser determinada dessa forma - e nunca deve ser determinada - por Halakhá. O governo deve fazer suas deliberações sobre a base da substância da questão em discussão, e são limitados apenas pela lei da terra.
Mesmo assim, políticos halakhicos, são perigosos. O próprio ato de fazer tais decisões não só põe em causa os pilares do Estado de direito quanto faz uma paródia da democracia, que dá às pessoasa idéia de  que devem obedecer as ordens legais com pretexto religioso-consciente para evitar o seu dever. E para remover a menor dúvida da mente de alguém que foi precisamente essa conclusão perigosa de que o poskim (da decisão que proíbe a evacuação dos territórios ocupados) destina-se, eles passaram a adicionar (ou que outros) a decisão do explícito que, de acordo com Halakhá, os soldados não têm de obedecer às ordens dos seus superiores que se relacionam com a evacuação dos territórios. Assim como os Poskim Halakhi estão bem cientes do fato de que suas decisões não terão influência sobre o governo, eles também são igualmente conscientes de que haverá muitos soldados religiosos praticantes que reconhecem o direito dos Poskim de comandar e da autoridade de suas decisões e é assim que se coloca em risco a segurança do exército e da segurança do Estado! Temo que esta decisão particular halakhica também se destine a ser uma espécie de manifesto - um anúncio para torná-lo público e abundantemente claro para todo o país que nenhuma lei, nenhuma ordem jurídica, pode estar contra uma receita halakhica.
(É comum ouvir poskim justificando seu comportamento como, por exemplo; que é fora de dúvida que eles estão autorizados a proibir os soldados de obedecer a uma ordem para violar o Sábado. Este faz fronteira com a demagogia, por uma das melhores regras conhecidas do exército de Israel é que os comandantes estão proibidos de ordenar soldados para violar o Sábado, exceto em caso de emergência (quando o Estado de Nefesh Pikuakh se aplica, ou seja, salvar a vida tem prioridade). Qualquer comandante que quebrar essa proibição está dando uma ordem ilegal, embora não tão flagrantemente ilegal, que não deve ser obedecida, e um soldado acusado de não obedecer tem a defesa que, na emissão da ordem, o oficial excedeu sua autoridade.

Mesmo as perigosas regras halakhicas devem ser obrigatórias
A halachá proíbe devolver os territórios capturados e que um soldado cumpre com o seu dever quando não obedece a uma ordem de evacuação destes territórios, é notável o número excepcional de poskim que emitiu esta sentença. Não é definitivamente “a grandeza” do número aqui. Não é para me dizer se existe também a grandeza da sabedoria. "Não só a maioria dos rabinos da Judéia e Samaria são encontrados na lista, mas também nada menos que um ex-rabino-chefe, o rabino Goren, que impulsionou -se à frente dos proscritos. Os rebanhos que seguem estas dezenas de milhares de rabinos - talvez mais do que aqueles que seguem os rabinos que se pronunciaram contrários, por exemplo, Rabinos Ovadia Yosef e Yehuda Amital. O facto é que esta "Halakhá" tem aspectos que podem ser interpretadas dessa ou daquela maneira e que não é apreciada pelo homem na rua. De alguma forma, o público tem a impressão de que a política do governo para troca de paz por terra viola a lei da Torá e que os judeus que desejam proteger suas almas da ira divina é ordenado ao homem a violação e recusar passagem.
É o direito de Israel de que qualquer autoridade halakhica seja livre para publicar suas decisões de forma aberta e amplamente, desde que sua publicação não constitua uma infração penal. Costumo pensar que, mesmo "halakhot perigosas" devme ser permitidas por uma só voz, desde que a publicação é feita, expressa ou implicitamente, com a finalidade de ensinar a Torá em si, ou, como os sábios colocam-na, para ensinar, para que outros possam aprender e
beneficiar-se da sua aprendizagem.
Todo homem tem o direito de pensar e dizer que a política do governo está errado e deve ser corrigida, éa base de tal pensamento ou dizer sobre a Halakhá. Escusado será dizer que poskim podem, como qualquer outro homem, propor ao governo ou Knesset que eles mudem suas políticas em conformidade com a Halakhá. Não há conflito entre a lei ea Halakhá teórica [essa categoria de Halakhá que não é, necessário ser realizada] ou Halakhá acadêmica. Mesmo a decisão proibindo a halakhica devolução do território - assim como a plataforma política que se opõe a devolução do território - tem direito a uma barraca no mercado local.

Poskim que incitam ao ódio e a revolta
Não existe tal direito, no entanto, é dada as Halakhot o crédito do convite às pessoas para matar árabes ou desobedecer as ordens jurídicas.

Vamos voltar Para o tema das Halakhot permitirem assassinar. Como obedecer as ordens legais, a situação é que qualquer pessoa pode subornar ou incitar uma pessoa servindo no exército para que este não venha a obedecer a uma ordem legal, o mesmo será passível de sete anos de prisão (Código Penal, artigo 110). Também pode-se argumentar que uma chamada para os soldados não obedecer às ordens dos seus superiores constitua uma incitação ao motim e deslealdade, que é punível com uma pena de cinco anos (artigo 134).
No que diz respeito a incitação ao motim, a questão é saber se o argumento invocado para justificar a escritura é verdadeiro ou é irrelevante (artigo 137): o fato é que a indiferente Halakhá proíbe a obediência à ordem.
Os crimes de sedição e de incitação ao motim estão comprometidos, mesmo que nem um só soldado esteja convencido de desobedecer: o crime está em muito proferindo palavras de sedição ou de incitação ao motim, com a intenção de causar rebelião ou motim.
Os poskim que emitem tais decisões halakhicas estão aos olhos da lei a cometer sedição e de incitação ao motim e se os consultor jurídicos do governo decidirem, como é no seu critério legal de fazer, a não cobrar deles (que também é o que eu decidiria ), é só por respeito a Torah e aqueles que a estudam, e para evitar a tempestade que iria ser agitada por ir contra eles. Se eles são levados a julgamento ou não tem qualquer influência sobre a criminalização de suas decisões. A presunção de que um homem é inocente até condenado por um tribunal competente, aplica-se a "infractor" o único indivíduo. Não tem nada a ver com o caráter criminoso do delito em si.
O argumento de que a Halakhá mandatou o delito pelo qual o réu está em julgamento não é uma defesa contra a sua condenação.
Halakhah não pode ficar no caminho de execução de lei estadual. O mesmo, porém, não é verdade quanto à severidade da sentença. Um homem que, no delito foi guiado por sua consciência ou pela Halakhá, pode receber uma sentença mais leve, a menos que - como é igualmente possível - o tribunal aplique o pensamento oposta e mantendo as mãos para baixo um longo período, porque o homem dá motivos para medo de que ele irá repetir o seu crime a fim de satisfazer os mandamentos religiosos.

Rabinos que permitem a morte de árabes
O mandamento de matar árabes não é da Halakhá só para incitado atos de assassinato, e outras perigosas e penas halakhicas, decisões têm sido tomadas nos últimos dias à esse respeito. Considerando que as proibições halakhicas no território proíbe o regresso e obedecer a ordens de evacuação é contradizer a Halakhá, tais ordens foram promulgadas e assinadas com grande exibição por rabinos de nome e fama, essas decisões foram emitidas por outros rabinos, a maioria dos quais não tiveram a coragem civil tornar pública a sua denominação - ou, após o assassinato de Rabin, a defender a decisão que tinham tomado. Eles preferiram o anonimato ea refugiar-se em um “underground halakhic”. Um deles, que na época tinha feito pública sua decisão, tentou negar depois de Rabin ter sido assassinado. (Rabi Yoel Bin-Nun, um homem honesto que quis publicar os nomes desses poskim, foi forçado por medo de sua vida para ficar em silêncio.)
Uma vez que é só por ouvir dizer que eu sei que alguns dos nomes, não vou expor aqui sua desgraça.

Uma dessas "autoridades" que considera a interdição contra a devolver os territórios tão grave que ele permitiu ou recomendou o plantio de minas e explosivos ao longo de estradas que levam aos assentamentos a seemr evacuados. Então soldados israelenses ou transeuntes podem serem mortos?- Que foi superado pela necessidade de evitar a evacuação de uma polegada da terra de Israel. A existência desses fatos não foram publicados na imprensa e de todo não são negados - exceto em termos muito fracos, e depois do assassinato de Rabin - seria impossível imaginar que a Halakhá judaica poderia ser explorada e blasfemada pelos poskim para tais intenções assassinas. Apologia às estradas de minas é o mesmo que a incitação ao ofender o artigo 339 do Código Penal, e talvez até uma ameaça de assassinato. Alguém que escreve e envia uma carta com uma ameaça desse tipo é passível de prisão de sete anos (artigo 307). O simples fato de publicar uma carta com uma ameaça de matar um animal é punível com três anos de prisão (artigo 460). quer dizer, o Código Penal não faz distinção não permitindo que o posek tenha a intenção de magoar "apenas" soldados palestinos e árabes transeuntes.

Qual é o significado de Rodef Din?
[Rodef Din é o estado em Halakhá de uma pessoa que exerça uma outra função, a fim de matá-lo.] Com relação à Halakhá colocação de minas, pode-se dizer que, apesar de exibir uma corrupção de valores para além da crença, o perigo de ele vir a sangrenta fruição não era muito grande. Certamente, os voluntários podiam sempre ter sido encontrados prontos e ansiosos - para plantar as minas, mas os olhos do exército alerta provavelmente teriam detectado eles antes do desastre. Duas outras decisões, no entanto, também distribuída recentemente, representam enorme perigo. Mais do que isso, não há razão para temer que foram eles que causaram o assassinato do Primeiro-Ministro. A primeira é que a Halakhá Din Rodef aplica-se a quem faz a paz com os palestinos, o segundo que as mesmas pessoas também estão sujeitas a Din Moser [o estatuto halakhico de um judeu que trai um colega judeu para o inimigo (Moser = informante) ].

 O que faz ou diz um Din Rodef? Na formulação do Rambam: «Sempre que um persegue o outro para matá-lo, todo judeu é mandado para salvar o atacado do atacante, mesmo à custa da vida do atacante (Mishne Torá, sobre assassinos e o preservar a vida, 1:1). Em outras palavras, se vê um homem prestes a matar um outro homem, é preciso detê-lo, mesmo à custa de matá-lo. (No nosso Código Penal, este mandamento se tornou um argumento para a defesa: matar um homem para proteger a pessoa ou propriedade de outro homem não é um crime). No entanto, o Rodef deve estar no ponto de abate. Ele deveria estar prestes a cometer outro crime (com a exceção do estupro de uma menina prometida), mesmo os mais graves, como a idolatria, é proibido matá-lo, ele deve ser levado à justiça (op. cit 11.). Logicamente, que um homem prestes a cometer "o crime" de devolver os territórios devem ser levados ao tribunal, em outras palavras, que é proibido matá-lo. O fato de que o tribunal pode absolvê-lo, ou que poderia ser difícil de trazê-lo a julgamento, não é suficiente para punir a sua morte. Além disso, é proibido matar o Rodef se existe uma forma alternativa para impedi-lo de matar - por exemplo, prendendo-o, ligando-lo ou feri-lo (ou por via parlamentar). Quem mata o Rodef quando a pessoa atacada poderiam ter sido salva por outros meios é considerado ter cometido assassinato e pode vir a ser condenado à morte por Deus (op. cit. 13.
Eu estou perdido, pois, não consigo compreender como Din Rodef pôde ter sido aplicado ao primeiro-ministro.A questão é: quem e
xatamente ou o que estava prestes a ser morto por ele? Quem era a vítima que o assassino destinado salvou dele? Mesmo se há motivo para temer que a paz que ele estava prestes a fazer com os palestinos coloquesse a vida em perigo, que o perigo ainda estava longe e não havia nenhuma vítima precisando de resgate imediato. Real acrobacia intelectual (e, o escusado diria; acrobacia halakhica) são necessários para identificar, na pessoa do Primeiro-Ministro, ou qualquer outro pacificador, um Rodef como a Halakhá define.
Deve ser entendido que estas não foram presunção dos poskim de introduzir inovações nas Halakhot que governam Din Rodef. O conteúdo ea formulação destas Halakhot foram corrigidos por centenas de anos e toda criança sabe disso. O que os poskim fizeram foi aplicar as regras de Din Rodef, de todas as pessoas, ao primeiro-ministro de Israel, eles fizeram uma sentença como se fosse factual que descobriu o Primeiro-Ministro nas qualidades de um Rodef. Temo que esse argumento contraria os próprios fundamentos do Din Rodef. O próprio fato de que uma autoridade halakhica ou tribunal pode vagarosamente discutir se essa pessoa é ou não é uma Rodef é uma prova clara de que a pessoa em questão não pode ser um, desde que o perigo não pode ser «presente e imediato." Um homem planejando matar outro no futuro não pode ser um rodef de quem a vítima - que ainda não existe - deva ser guardada imediatamente. Declarando que Din Rodef aplica-se a um homem sentado em sua casa e escritório e indo sobre seu negócio regular, em face disso, a última palavra entra em auto-contradição.
Até o rabino Shapira disse, após o assassinato, que ele não teria acreditado que é possível que "Qualquer um no Estado podesse permitir matar um judeu em razão do Din Rodef por causa dos atos decorrentes de uma divergência de opinião ou de conflito entre organizações públicas ". Ele acrescentou que "não há nenhuma ligação entre este crime desprezível e os valores da Torá - que decorre do pensamento herético venenoso" (Ha'aretz, 23 de novembro 95).
E ainda todos os sinais apontam para o fato de que a extensão de alguns posekim em questão de Din Rodef ao primeiro-ministro levou um mandamento de observação, o judeu de acordo com a Halakhá não pode cometer assassinato.
Não é uma migalha de conforto para ser derivado do fato de que o homem e seus mentores são condenados à morte por visitação divina.

Qual é o significado de Moser Din?
Demorou as acrobacias não menos ridículas - a serviço do mesmo objectivo de alargar - Moser Din também ao primeiro-ministro. Isto é como Rambam define Moser Din: "É vedada a mão sobre um judeu para gentios, nem sua pessoa nem os seus bens, mesmo que ele é mau e pecador, mesmo que ele causa sofrimento e dor aos seus colegas judeus. Quem põe as mãos sobre um judeu em favor dos pagãos não tem nenhuma parte no mundo vindouro. É permitido matar um Moser onde ele está. É ainda permitido matá-lo antes que ele entregue um judeu, logo que ele tenha dito: vou entregar assim e assim, a sua pessoa ou sua propriedade, ele se colocou sob a sentença de morte. E se o homem é advertido, e disse para não entregar, mas responde corajosamente que ele vai fazê-lo, no entanto, é um mandamento divino para matá-lo, e quanto mais cedo, melhor ... existem inúmeros casos, nas cidades do Magrebe, onde informantes que são conhecidos para revelar o dinheiro das pessoas são mortas ou são entregues às autoridades pagãs para serem condenadas à morte ou espancados ou presos de acordo com o grau de iniqüidade "(Mishne Torá , Torts 8, 9-11).
É tão claro como o dia que o contexto da codificação Rambam é a vida na diáspora, era uma época em que a ameaça de assassinato legal seguiu no encalço de todos os judeus e seus bens era esporte aberto. Um judeu que deu seus compatriotas judeus para os gentios, para provocar seus instintos mal a ele ou a sua propriedade, como era um traidor. "Os inúmeros casos" de matar o traidor, o Moser, ou entregá-lo aos tribunais dos gentios não eram mais do que actos de auto-defesa. A tentação de ganhar dinheiro fácil ou para bajular os gentios por trair um judeu era às vezes muito fortes. Essa traição foi como desertar do acampamento judaico em tempo de guerra - um Moser coloca os membros de sua comunidade em perigo real. Mas nós, em Israel, não temos Mosrim [plural de Moser], não vivemos com medo, dependente da boa vontade dos gentios. Nem é preciso buscar proteção deles. Nós temos nossos próprios traidores e espiões - aqueles que põem em perigo a segurança do nosso Estado e de conspirar contra suas instituições legais - mas não têm absolutamente nada em comum com os Mosrim.
O raciocínio tortuoso das “autoridades” halakhicas que fizeram desta decisão poder ser entendida como que ceder os territórios para os palestinos é o mesmo que entregar propriedades dos judeus para os gentios. Mas, se os territórios são, na verdade de propriedade de Israel, então eles são propriedade do Estado. O Estado, por intermédio do governo, faz com sua propriedade o que considere oportuno e necessário. O fato de que é errado fazê-lo na mente de alguns posek não o torna um Moser. Ela pode ser comparada com a situação da espécie de gueto, que tem a propriedade de judeus ricos para apaziguar ou subornar os gentios. Mesmo que suas expectativas tenham se enganado, mesmo que todos os ricos judeus se opuseram a ele no momento, ele não merece morte de Moser, apenas um mau administrador, talvez, e não mereça a reeleição. A essência da traição (o ato de um Moser) é que ele é feito em segredo, como qualquer outro ato de informar. A passagem de feito abertamente e à vista pode ser um erro político ou econômico, ou mesmo uma violação da liminar contra os ditos halakhicos no caso de devolver os territórios - mas nunca o ato de um Moser.
É um ato de estupidez assustador para comparar o primeiro-ministro de Israel, um Estado que tomou um assento orgulhoso entre as nações do mundo, para os miserável e bajuladores, portadores de contos que colocaram os judeus em risco de tortura e perseguição na Idade Média
. Na minha ingenuidade, pensei que nenhum homem com os olhos em sua cabeça jamais poderia pregar tal veneno.
Então eu pensei: “Mas o que os jornalistas descobriram agora?” - Que três rabinos da Judéia e Samaria, todos os homens de boa reputação em boa posição, há nove meses, enviaram uma pergunta escrita de trinta das maiores autoridades em Israel em assuntos de Torá e seu ensino (incluindo o rabino Avraham Shapira): Será correto para aplicar Moser Din ao primeiro-ministro e seus ministros? Nem um único dos trinta retornaram uma resposta negativa. Nem um único deles ergueu a voz para o céu em sinal de protesto e indignação. Não que eles deram o seu aval a esta decisão abominável: eles simplesmente não responderam. Quem pode, então, ser surpreendido por algum aluno fanático que poderá ler a Halakhá e ter um parecer favorável no seu silêncio? Agora, os rabinos tentam - todos eles ou alguns deles - para lavar as mãos da sujeira, não eram suas mãos, eles declaram em voz alta, que derramaram o sangue. Verdade?

"Como se criou o mundo inteiro"
Todas essas decisões 'halakhicas' - e talvez outras que não tenham chegado ao meu conhecimento - teve um único propósito e resultado - agitar os instintos (mal) dos discípulos destes poskim obedientes, de modo a torná-los vigilantes e desafiadores em defesa dos Territórios não -, pereça o pensamento, ao colocar em perigo a sua própria vida, mas ao colocar um preço sobre as cabeças dos ministros do estado. As decisões foram projetadas para estimular e seduzir e transformar sinceros judeus tementes a Deus em assassinos desprezíveis. Muito perigosos são os ditos das Halakhot, de fato.
Não há dúvida, mas que estes foram gerados pelas Halakhot e gerados em um clima de fanatismo religioso-nacionalista eo fundamentalismo (muito semelhante ao tipo muçulmano que tem nos afligido). Este fanatismo tem alimentado sobre a excomunhão e ostracismo e maldições e imprecações que alguns rabinos e cabalistas foram amontoando na cabeça do governo civil durante anos.
Doutrinação fanática à violência "para a maior glória de Deus" conseguiu além das mais loucas esperanças e expectativas de seus autores.
E quem sabe o que o amanhã vai trazer? Qualquer pessoa que trabalha fielmente para a paz com os palestinos e os sírios coloca sua vida em risco. O veneno destilado nos corações ainda não está dissolvido, ea ira de fanáticos valentões infantis podem incendiar-se novamente. Quem nos garante que amanhã alguém não vai descobrir que cada epikoiros, todo judeu livre-pensador, está sob uma sentença de morte halakhica - uma decisão maravilhosa que permitam a erradicação de todos os judeus não-crentes (os ministros do governo incluído) do país e no mundo.
E o que vai acontecer com a Torá ", cujos caminhos são os caminhos de delícias e suas formas os caminhos da paz"? E a maior regra da Torá não fazer para outro o que você não gostaria que ele fizesse com você? Será que vai ser de fato os fanáticos religiosos e poskim halakhicos que conseguiram fazer Israel se esquecer de sua Torah da verdade e da misericórdia?
Rambam termina o trecho da Torá no Mishne Din Rodef com os Sábios da Mishnah;"comemorou dizendo:" Quem extermina uma única vida em Israel, é como se tivesse destruído o mundo inteiro: quem salva uma única vida em Israel, é como se ele viesse a
criar o mundo inteiro ". Relativamente a um particular da vida em Israel, ou "como se" pode ser deixada de fora.