Sefer Tanya 8° Parte
Após
ter lido a sétima parte:
Daremos continuidade na apresentação do Sefer
Tanya através do título:
Todo
judeu tem duas almas
Rabi Shneur Zalman de Liadi certa vez
contou a seu neto, Menachem Mendel (que se tornou o terceiro Lubavitcher Rebe,
mais conhecido como Tsemach Tzêdeq), o seguinte: "Quando eu tinha cinco
anos, já sabia o significado do versículo: 'E Neshamot (almas) que eu fiz.' Eu
sabia que em todo judeu, homem ou mulher, residem duas almas, uma das quais é a
alma Divina, e a outra a alma animalesca. Sempre me empenhei muito, fazendo
grandes esforços, para entender a profundidade de cada conceito, e assim passei
muito tempo ponderando a diferença entre estas duas almas. Afinal, ambas são
formadas pelo Criador, e a respeito de ambas o versículo declara: 'Eu
fiz.'"
A idéia de duas almas é o princípio
fundamental do Tanya, e serve como uma chave a todo o mistério do coração
humano. Segundo o princípio de que todo judeu tem duas almas, entenderemos a
batalha travada entre elas no homem, e seu mau comportamento ocasional. E
seremos apresentados ao serviço de Itkafiya – subjugação do Yetzer HaRá que é
exigido do Benoni, e de It'hapcha – sublimação, ou transformação do mal em bem,
que foi atingida por um Tzadiq.
Em todo judeu
No primeiro capítulo do Tanya, baseado nos
ensinamentos da Kabalá "que cada judeu, seja justo ou perverso, possui
duas almas", Rabi Shneur Zalman afirma que estas duas almas são
encontradas em todo judeu, independentemente de seu status, sua posição ou sua
visão do mundo. Com estas duas almas o judeu nasce, e a existência delas dentro
dele é um fato que não depende de sua vontade. Evidentemente, usá-las de uma
maneira ou de outra, para o bom ou para o melhor, segundo seu próprio
entendimento, é seu livre arbítrio.
Cada uma dessas almas tem um completo
conjunto de poderes e qualidades. Entendimento intelectual, atributos
emocionais, desejos e ânsias, são expressos por estas almas em maneiras
diferentes. Há numerosos detalhes e combinações de qualidades, e para entender
corretamente a natureza do homem, estas coisas devem ser entendidas claramente.
Na segunda metade do capítulo um, Rabi Shneur Zalman nos introduz de maneira geral à alma animalesca, Nefesh Ha-Behamit. Seu motivo para começar esta análise com a Nefesh Há-Behamit é que esta alma é a primeira a ser revelada no homem, como declara o versículo: "Pois a inclinação do coração do homem é o mal, desde sua juventude." No capítulo Dois, o autor nos familiarizará com a natureza da Alma Divina (que se torna revelada num estágio mais tardio, principalmente depois que a criança chega à idade de Bar/Bat Mitzvá).
Na segunda metade do capítulo um, Rabi Shneur Zalman nos introduz de maneira geral à alma animalesca, Nefesh Ha-Behamit. Seu motivo para começar esta análise com a Nefesh Há-Behamit é que esta alma é a primeira a ser revelada no homem, como declara o versículo: "Pois a inclinação do coração do homem é o mal, desde sua juventude." No capítulo Dois, o autor nos familiarizará com a natureza da Alma Divina (que se torna revelada num estágio mais tardio, principalmente depois que a criança chega à idade de Bar/Bat Mitzvá).
Almas e inclinações
É importante enfatizar que até este ponto, estávamos familiarizados com as fontes na Guemará e no Midrash que descrevem as duas inclinações, o Yetzer HaTov e o Yetzer HaRá. A idéia de "almas" é algo novo. Superficialmente, almas e inclinações poderiam parecer conceitos paralelos. De fato, um exame mais detalhado mostrará grandes diferenças entre elas. É explicado na Chassidut Chabad que enquanto "alma" envolve os conceitos mais amplos de vida e vitalidade ou força de vida, "inclinação" expressa apenas as tendências ou impulsos na direção do bem e do mal. As emoções que derivam do intelecto da alma animalesca são chamadas de Yetzer HaRá, ao passo que as emoções derivadas do intelecto da alma Divina são chamadas de Yetzer Tov.
Rabi Shneur Zalman agora delineia algumas
características fundamentais da alma animalesca em todo judeu. Esta alma não
está incluída na categoria de santidade, mas ao contrário, origina-se na Klipá
(literalmente "invólucro", uma metáfora para aquelas forças que
ocultam a força de vida Divina encontrada em toda a criação, como uma casca ou
concha que oculta o fruto), e a Sitrá Achra (literalmente, "o outro
lado" – a antítese da santidade e pureza). Esta alma animalesca é
revestida pelo sangue de um ser humano, dando vida ao corpo, como atesta o
versículo: "Pois a Nefesh [i.e., a força de vida] está no sangue."
Obviamente, o conceito de Nefesh também implica qualidades espirituais da alma,
mas para enfatizar sua proximidade específica com a carne e com assuntos
físicos, também é chamada "a Nefesh, alma, da carne". Desta alma
derivam as qualidades humanas naturais, e juntamente com elas, todas as más
características com as quais estamos familiarizados. Além disso, "desta
alma brota também os bons traços inerentes ao caráter de todo judeu".
Não foi sem motivo que a "alma animalesca" recebeu este nome. Ela se caracteriza pela vontade poderosa e forte paixão que são típicas do reino animal. Apesar disso, estas características não são necessariamente negativas. Embora sejam qualidades naturalmente voltadas para coisas físicas e materiais, o homem tem a capacidade de mudar sua direção, de guiá-las no rumo positivo, e a usá-las para propósitos corretos, como é explicado nos ensinamentos chassídicos. Este é o desafio do homem.
... continua ...
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