História de Caruaru
e a Cidade hoje
e a Cidade hoje
Caruaru, no Agreste de Pernambuco, completa 154 anos nesta quarta-feira, 18 de Maio de 2011. Para comemorar o aniversário, a cidade elaborei esta matéria focando um aspecto da origem da cidade ainda pouco explorado pelos pesquisadores que intitulei como:
A Origem Judaica de Caruaru.
O Brasil era ainda uma colônia e Pernambuco, uma capitania. Os portugueses chegaram aqui no começo do século XVI para extrair, entre outras coisas, o pau-brasil, do qual se tirava excelente corante vermelho e uma madeira nobre, de boa resistência. Depois, foi o açúcar cuja receita do cultivo fora dada pelos holandeses, que mais tarde por ocasião de um desacordo sobre a produção da cana-de-açúcar invadiram o Brasil, permanecendo aqui na faixa Nordeste do País por aproximadamente 40 anos, disseminando sua cultura, e trazendo liberdade religiosa para os judeus “cristãos-novos” vindos de Portugal que eram obrigados a viverem o Judaísmo em segredo por medo da Santa Inquisição.
Após domínio da Espanha em Portugal, a Holanda, em busca de justiça, resolveu enviar suas expedições para invadirem o Nordeste do Brasil, no per[iodo colonial. Sua primeira expedição ocorreu em 1621, na Bahia, contudo, esta não foi bem sucedida, pois, em pouco tempo, os colonos portugueses a mandaram para fora do Brasil. Em 1630 houve uma segunda expedição e esta, ao contrário da primeira, ocorreu em Pernambuco foi melhor sucedida
Durante seu domínio, a Holanda enviou seu príncipe o regente Maurício de Nassau, que tinha grande afeição pelos judeus tanto de Portugal quanto da Holanda que agora vivam Pernambuco a nova colonia holandesa, para governar as terras que havia conquistado e fixar nestas a colonia holandesa no Brasil. Neste período, o príncipe holandês dominou enorme parte do território nordestino. Após algum tempo, ocorreram muitas revoltas por parte dos portugueses que aqui viviam no período Holandês devido aos altos impostos cobrados pelos holandeses a estes.
Após muitos conflitos, o governador Maurício de Nassau deixou seu cargo. Este fato facilitou a ação dos portugueses, que tiveram a chance de reagir em batalhas como a do Monte das Tabocas e a de Guararapes. Em 1654, após muitos confrontos, finalmente os colonos portugueses (apoiados por Portugal e Inglaterra) conseguiram expulsar os holandeses do território brasileiro. Porém, os Holandeses deixaram ,no período em que permanceram, marcas indeléveis de sua cultura, religião e sobre tudo; a “bandeira hasteada” da liberdade religiosa no solo brasileiro que fora mantida assim desde então, mas não sem derramamento de sangue.Os holandeses eram em sua maioria protestantes, porém, boa parte de suas frotas eram compostas de judeus, que ao contrário dos judeus portugueses, os judeus holandeses tinham a liberdade de culto público em meio ao governo Holandês, o que resultou na união das duas comunidades judaicas formando a Comunidade Judaica Nordestina, e dela nasceu a Sinagoga Kahal Tzur Israel, a primeira Sinagoga das Américas. A terra era muito rica, como bem disse Pero Vaz de Caminha, que a propósito, hoje os pesquisadores comprometidos com o assunto, alegam que Pero Vaz de Caminha também era um judeu convertido ao catolicismo, assim como; Pedro Álvares Cabral, Gaspar da Gama, Fernando de Noronha, entre outros (para maiores informações visitar o BLOG dos Judeus de Caruaru). Para que essa riqueza não caísse em mãos erradas, dos franceses, por exemplo, o jeito foi colonizar. Navios e mais navios chegaram a terra e do litoral para a zona das matas, foi um pulo.
Continuando a busca do Pau-Brasil, os colonizadores lusos (muitos deles trazidos por Duarte Coelho o 1º Gov. de Pernambuco), invadiram a Borborema pela Serra Comprida (Serra das Russas) destruindo a floresta, transformando-a quase em deserto. A meta era conseguir a maior quantidade de Pau-Brasil, pois o Reino queria mais e mais lucros.
O negócio era tão bom, que os exportadores já estavam estabelecidos no arremedo de Porto existente nos ARRECIFES DOS NAVIOS. Daí, originou-se o primeiro Caminho das Boiadas, ligando Recife e Olinda ao interior. Extraindo o Pau-Brasil, explorando a terra e plantando a cana-de-açúcar em alta escala, foram criados os primeiros engenhos, necessitando de muitos braços para a lavoura e para o eito. Muitos destes engenhos mantiveram em segredo sinagogas que favoreciam o culto judaico aos judeus anussitas que de dia se comportavam como católicos e a noite como judeus praticantes, a exemplo do Engenho Camaragibe dentre outros.
A Origem do Nome de Caruaru
A origem do nome de Caruaru é incerta, porém, há várias versões sobre a mesma oriundas de várias fontes. Uma delas conta que; como na época do Brasil Colonial se trabalhava com escravos, em sua maioria negros. Como os índios não serviram para escravidão, resolveram trazer negros da África.
Os negros eram trazidos da África em TUMBEIROS e expostos à venda no mercado de Olinda. Embora o negro produzisse mais que os índios, trabalhava revoltado, instigado pelo chicote dos feitores, predisposto à fuga na primeira oportunidade. A fuga dos negros, dera origem aos Kilombos (significa povoação unida). Dentre vários, o Quilombo dos Palmares, o mais célebre.
Por haver muita fuga e morte entre os negros, os lusos para amenizar, permitiram que trouxessem algumas lembranças de suas terras, e, entre elas o KALU'LU (erva silvestre comestível). Devido ao rio e brejos, os negros instalaram o Kilombo de Kakalu, nome dado devido a proliferação em seus campos da planta.
Mais tarde chamou-se LUGAR DO CARURU, quando ali se instalaram os lusos e brasileiros em busca do Pau-Brasil. Os principais mocambos foram: Kalalu ou Kalulu, Lajeiro do Preto, Brejo da Mulata, Mata Escura e Mata Negro.
Mais tarde chamou-se LUGAR DO CARURU, quando ali se instalaram os lusos e brasileiros em busca do Pau-Brasil. Os principais mocambos foram: Kalalu ou Kalulu, Lajeiro do Preto, Brejo da Mulata, Mata Escura e Mata Negro.
Outras teorias divergentes sobre a origem do nome Caruaru, sugere referência a Caruás, que significa fonte ou água que, no local, produziria moléstia nas criações. Outra tese defende que o nome seria uma corruptela da palavra Caruari, que significa rio dos Caruarãs; outra tese defende ainda a idéia de que o nome origina de uma planta conhecida como Caruru, e há ainda a associação do nome com referencia a uma espécie de anfíbio encontrado com facilidade por estas terras popularmente conhecido como sapo-cururu. O certo é que o nome de Caruaru envolve ainda hoje mistério, e por tanto, aqui vai o parecer judaico da origem do nome da cidade; Caruaru pode facilmente ser associado à junção de dois vocábulos hebraicos formando assim um nome código (como é comum dos hebreus por o nome de terras onde se estabelecem evocando uma particularidade comum aos judeus e não aos gentios) que são: Caru – warq (invocar, proclamar, anunciar) e Aru – wra (o que verem, o que observarem), portanto, Caruaru significa, de acordo com esse raciocínio, “Proclamem Aquilo que vocês virem (ou encontrarem)”, o que dá aos primórdios da cidade uma origem semita, canalizando a intenção do fundador do povoado à idéia de proteger os seus correligionários (supondo que a origem da sua família é cristã-nova, ou seja; anussita).
Tal argumento adquiri fundamento, quando passamos a observar certos “por menores” da história do nascimento da cidade, Omo veremos a seguir.
De 1657 à 1658, quando Pernambuco era governado pelo capitão-general André Vidal de Negreiro, este concedeu a sesmaria de 10 léguas de terra a seu sobrinho Antonio Curado Vidal (Amaraji, Primavera, Chã Grande, São José dos Bezerros e parte de Caruaru).
Observe que a data da concessão é bem próxima a época da expulsão dos holandeses do Brasil, o que levou os judeus anussitas a um movimento secreto de reestruturação social, obrigando-os a procurarem lugares afastados dos grandes centros a fim de poderem viver e criar seus filhos longe dos “olhares da Santa Inquisição” que tinha estabelecido aqui no Brasil os seus correspondentes.
Em 23 de dezembro de 1671, Pernambuco já sob o domínio do governador Fernão de Souza Coutinho, concede a segunda sesmaria de 20 léguas de terra sob título de SESMARIA ARAROBÁ, à família Vieira de Melo, (cujo sobrenome teve origem em Portugal, sendo originalmente um título honorífico concedido a um judeu da família dos Pereira por este ter salvado o príncipe de um afogamento, mais tarde, o título se tornou o sobrenome dos seus descendentes até o dia de hoje) de quem era membro o capitão José Rodrigues da Cruz (ou José Rodrigues de Jesus), tornando-se herdeiro da primitiva FAZENDA DO CARURU.
Mais tarde, em boa parte do seu território foram fundadas diversas propriedades agropastoris. Por exemplo: Fazenda Tacaité (Belo Jardim), Sítio Volta(São Caetano), Fazenda Salgado(em Caruaru), Sítio Pau Santo (Pau Santo), Sítio Xicurú(Caruaru), Sítio Taquara (Caruaru), Sítio Terra Vermelha(Caruaru), Brejo da Mulata(Caruaru) , Fazenda Sta. Rosa (Caruaru), etc...
Aos 2 de junho de 1681, surge a Sesmaria do Caruru, doada pelo então governador Aires de Souza de Castro a uma família portuguesa, chefiada pelo cônego Simão Rodrigues de Sá radicado em Olinda e no Recife (onde no período Holandês se concentrou a maior Comunidade Judaica das Américas). Seriam 30 léguas de terra entre o Rio Ipojuca e de Serinhaém. Limitava-se ao Leste com os Sítios de cultura do mestre de campo Antonio Curado Vidal no Vale de Pau Santo e Riacho da Palha. Ao Sul, com a Sesmaria do Ararobá da família Vieira de Melo, à qual mais tarde se vincularia através de matrimônio, com a família Rodrigues de Sá do CARURU, comportamento comum entre os judeus, o de casarem-se com parentes ou pessoas de mesma religião, até o dia de hoje. A Oeste com parte da Sesmaria Ararobá na altura do Sítio Volta e parte das terras agrestinas.
Foram fundados diversos sítios, entre eles: Sítio da Posse na ribeira do Ipojuca, Sítio Volta dos Vieira de Melo, Sítio do Caio-Cá às margens do riacho do mesmo nome (afluente do Ipojuca), Sítio do Cedro e Sítio Jacaré vizinhos entre si, Sítio Jurití e Sítio Jucá ao norte etc...
Foram fundados diversos sítios, entre eles: Sítio da Posse na ribeira do Ipojuca, Sítio Volta dos Vieira de Melo, Sítio do Caio-Cá às margens do riacho do mesmo nome (afluente do Ipojuca), Sítio do Cedro e Sítio Jacaré vizinhos entre si, Sítio Jurití e Sítio Jucá ao norte etc...
De todas estas propriedades a mais central e mais movimentada seria justamente a que deu nome a sesmaria, e que, em pleno caminho das boiadas, ficava entre o MORRO CARURU e o Rio Ipojuca, fronteiriça a Fazenda Sta. Rosa e no centro do LUGAR DO CARURU. Em 1781, o capitão José Rodrigues da Cruz (ou Jesus), deu início à construção de uma capela dedicada a Nossa Senhora da Conceição, transformando com o tempo sua propriedade particular POVOAÇÃO DO CARURU, depois vila e cidade. O curioso a ser notado nessa época, é que na verdade, o dia principal para a celebração das missas para os católicos, é o domingo, porém, o dia de maior movimento na Igreja da Conceição em Caruaru (o então povoado do Caruru) era no Sábado, como se pode facilmente notar pelo aumento fluxo de pessoas neste dia na cidade até os dias de hoje por causa da Feira de Caruaru que surgiu em torno da Igreja por motivo do público que vinha das “terras escondidas” assistir à “Missa Católica do Sábado” sendo essa a principal daquela igreja. Tendo em vista que o Engenho Camaragibe, disfarçava tão bem sua fachada católica que dispunha em seu terreno um bem ornamentado oratório, e no entanto era na verdade um centro religioso judaico, me parece plausível alegar o mesmo acerca do movimento religioso desenvolvido primitivamente na Igreja da Conceição, lugar que fora eleito como o Marco Zero, onde a cidade nascera.
Em maio de 1782, D. Tomás da Encarnação Costa concedeu licença para celebração de missas na capela ainda em fase de construção atendendo pedido do fazendeiro José Rodrigues, e de sua mulher Maria do Rosário cujo casal "havia erigido a capela de N. S. Conceição,da freguesia de S. José dos Bezerros na fazenda DO TÍTULO DA DITA SENHORA no lugar do CARURU em lugar decente e livre de toda comunicação".
Em maio de 1782, D. Tomás da Encarnação Costa concedeu licença para celebração de missas na capela ainda em fase de construção atendendo pedido do fazendeiro José Rodrigues, e de sua mulher Maria do Rosário cujo casal "havia erigido a capela de N. S. Conceição,da freguesia de S. José dos Bezerros na fazenda DO TÍTULO DA DITA SENHORA no lugar do CARURU em lugar decente e livre de toda comunicação".
Aqui poderemos facilmente observar algo suspeito, pois, é sabido que o Catolicismo sempre teve seu interesse voltado para as massas, doutra forma como poderiam gerenciar os seus correligionários? Porém, há aqui uma Igreja fundada em um lugar “LIVRE DE TODA A COMUNICAÇÃO”, contrariando assim o desejo da Santa Sé principalmente naquele período de nossa História, quando mais do que nunca necessitou a Igreja Católica ter cuidado de membros no Brasil colonial, justamente por causa dos “problemáticos cristãos-novos”.
Um Resumo da Vida e Obra de Rodrigues de Jesus
O que hoje se conhece como Caruaru começou tomar forma em 1681, quando o governador Aires de Souza de Castro, em 02 de junho, concedeu à família Rodrigues de Sá uma “sesmaria” com 30 léguas de extensão, à margem esquerda do Ipojuca. Mas a família só viria se instalar aqui, vinda do Recife, no final do século XVII e a Fazenda (do) Caruru, que foi o início de tudo, foi fundada logo depois, por Simão Rodrigues de Sá.
Em 1754, registra o professor Josué Euzébio Ferreira, Simão Rodrigues Duro, filho de Simão Rodrigues de Sá, casou-se com Antônia Thereza de Jesus, filha dos fundadores do sítio de Altinho. Tiveram três filhos: Joaquina Rodrigues de Jesus, JOSÉ RODRIGUES DE JESUS e Maria Conceição de Jesus. Após a morte dos pais, os irmãos foram morar na fazenda Juriti, ficando a Fazenda Caruru abandonada.
Em 1776, José Rodrigues de Jesus decidiu voltar para a fazenda do pai, casando-se em 1781 com uma sobrinha (as relações endogamicas sempre foram comum entre os judeus e tal costume impera aqui no nosso Nordeste até os dias de hoje), Maria do Rosário Nunes, filha de Manoel da Silva e Joaquina Rodrigues de Jesus, numa união que até hoje têm descendentes na nossa cidade.
Pouco depois, a fazenda Caruru ganhava uma capela, dedicada à Nossa Senhora da Conceição, e uma pequena povoação começou a se formar dentro do terreno pertencente à fazenda, sendo administrada por José Rodrigues de Jesus até sua morte, em 1820, aos 64 anos de idade, sendo considerado o fundador de Caruaru pois foi de sua fazenda que nasceu a cidade. O que mais uma vez nos chama a atenção; o fato do senhor Rodrigues de Jesus ceder as suas terras de graça sem nenhum interesse político ou financeiro, ou seja; qual era o seu propósito? Qual foi o seu objetivo? Ao meu ver; foi proteger os seus correligionários assim como os católicos protegiam os seus.
As Primeiras Festas em Caruaru
Em 1800, o capitão-fazendeiro já tendo transformado a azenda em povoado, resolveu realizar festejos natalinos na Rua da Frente (por ficar em frente a capela). Em 1802, o padre Nemésio de São João Gualberto é nomeado capelão da igrejinha situada no Lugar do Caruru. Em 1811, cria-se o município de Santo Antão, em fase disso, Caruru desliga-se do Termo de Olinda, para integrar-se a jurisdição da Vila Santantense. Em 1812, a Câmara Municipal de Santo Antão, nomeia o 1º juiz para o Distrito do Caruru, por nome de João Ferreira da Costa (sobrenome típico das famílias anussitas).
Em setembro de 1820, morre na Povoação do Caruru, o capitão José Rodrigues da Cruz, sendo sepultado no interior da capela. Em 9 de novembro de 1824, o capitão Antonio Teixeira de Carvalho, é encarregado do Comando Militar do Distrito do Caruru.
Só a partir de 1848 por diante, é que o nome Caruru desaparece dos escritos, aparecendo CARUARU, sem explicação alguma, o que nos leva a pensar que teria acontecido com o nome de Caruaru o que aconteceu com o nome do Brasil, pois, é sabido que o nome proposto pelos católicos portugueses era Terra de Vera Cruz ou Terra de Santa Cruz, no entanto, o nome de origem hebraico foi o que prevaleceu, entregando assim o patente domínio judaico sobre a administração das terras brasileiras, a então colônia portuguesa.
Só a partir de 1848 por diante, é que o nome Caruru desaparece dos escritos, aparecendo CARUARU, sem explicação alguma, o que nos leva a pensar que teria acontecido com o nome de Caruaru o que aconteceu com o nome do Brasil, pois, é sabido que o nome proposto pelos católicos portugueses era Terra de Vera Cruz ou Terra de Santa Cruz, no entanto, o nome de origem hebraico foi o que prevaleceu, entregando assim o patente domínio judaico sobre a administração das terras brasileiras, a então colônia portuguesa.
Em 1849, Caruaru torna-se município e sua Câmara Municipal é instalada, sob o domínio da família Vieira de Melo (sobrenome afamado no meio anussita por causa e seu ancestral anussita que deu origem ao sebrenome, como citado a cima).
O desenvolvimento da cidade ganhou impulso em 1895 com a construção da Ferrovia de Caruaru. Em 1941, Caruaru recebe o cognome "Capital do Agreste", com a primeira composição de Nelson Barbalho, gravada em 1957, pelo saudoso Luiz Gonzaga, e por Israel Filho em 1992. Surgiu através do texto extraído de um artigo da Folha da Manhã do Recife, escrita pelo engenheiro caruaruense Gercino de Pontes.
De Vila a Cidade
Caruaru se tornou cidade, a primeira do Agreste pernambucano, pelo projeto nº 20, do deputado provincial Francisco de Paula Baptista (1811-1881), defendido em primeira discussão em 03 de abril de 1857 e tornado realidade, depois de aprovação sem debate, em 18 de maio daquele mesmo ano, com a assinatura da Lei Provincial nº 416, pelo vice-presidente da província de Pernambuco, Joaquim Pires Machado Portela.
Ao longo das décadas, a cidade cresceu e a antiga Vila do Caruru hoje é conhecida por vários títulos, como “Capital do Agreste”, “Capital do Forró”, “Princesa do Agreste”, dentre outros, dando a dimensão de sua importância política-econômica no cenário estadual.
Ao longo das décadas, a cidade cresceu e a antiga Vila do Caruru hoje é conhecida por vários títulos, como “Capital do Agreste”, “Capital do Forró”, “Princesa do Agreste”, dentre outros, dando a dimensão de sua importância política-econômica no cenário estadual.
A cultura não é menos rica. Caruaru é reconhecidamente um celeiro de artistas. Foi em suas terras que nasceram músicos, escritores, poetas e artesãos, como Vitalino, que projetaram Caruaru para o mundo. Foi aqui que nasceram personalidades como os irmãos escritores Condé, Álvaro Lins, Austregésilo de Athayde.
"Viver é cultivar os valores espirituais, para superar os embaraços materiais; e chegar a conclusão de que, em última análise, dado o balanço geral, a vida é boa."
(Austregésilo de Athayde)
Belarmino Maria Austregésilo Augusto de Athayde foi um jornalista e professor, cronista, ensaísta e orador brasileiro. Integrou a Comissão Redatora da Declaração Universal dos Direitos do Homem, em 1948, na III Assembléia Geral das Nações Unidas, realizada em Paris. Depois de uma vida com inúmeros feitos notáveis, muitos dos quais mereceram reconhecimento público e honroso, terminou sua vida como membro da Academia Brasileira de Letras, da qual foi o presidente de 1958 até sua morte. E a propósito, notem o pingente de sua estátua; uma Estrela de Davi, símbolo universalmente reconhecido como judaico.
Caruaru também é o berço do ilustre judeu antropólogo e porfessor Caesar Malta Sobrera, que já escrevera alguns livros ressaltando o caráter judaico dos assuntos por ele abordados em seus escritos. Para nós os judeus de caruaru, a figura de Caesar Malta Sobrera é na verdade um marco para referencia a antiguidade da presença judaica em Caruaru, pois, ele é de família judia praticante, e são caruaruenses.
Leremos a partir de agora, o que personagens importantes do Estado de Pernambuco, dizem a respeito de Caesar Malta Sobrera:
“Na primeira sessão do Colóquio Nacional sobre Joaquim Nabuco: Nabuco Judeu, Nabuco Jurista, Nabuco Maçom, na Universidade Federal Rural de Pernambuco, em 13 de outubro de 2010, o historiador Humberto França, chefe de projetos especiais do Museu do Homem do Nordeste, da Fundaj, traçou o itinerário intelectual do abolicionista considerando toda sua experiência escolar, os ambientes culturais do seu tempo, a participação na imprensa estudantil, as influências de leitura e as viagens internacionais para a Europa e os Estados Unidos. Referiu-se às diversas áreas da sua produção intelectual, como o jornalismo, a tribuna parlamentar, a literatura, o direito e a historiografia.
A professora Anita Waingort Novinsky, da Universidade de São Paulo, deteve-se nas condições e nos códigos da escravatura e na luta pela liberdade nas eras remotas assinaladas pelo Velho Testamento, fazendo paralelos entre a luta abolicionista e a luta dos judeus por uma terra onde pudessem se estabelecer na palestina – um dos fundamentos do sionismo.
Nos debates, o professor Caesar Malta Sobreira, da UFRPE, que ressaltou a participação de Joaquim Nabuco na maçonaria, quando era jovem, referindo-se à perseguição anti-semita promovida pelos tribunais da inquisição, que obrigava muitos judeus a se converterem e a esconder suas origens, revelou que – embora ignorassem esse fato - Joaquim Nabuco e Gilberto Freyre possuíam ascendência judaica.
No segundo dia, a revelação mais inusitada acerca da vida do abolicionista foi posta pelo professor Paulo Valadares, do Colégio Brasileiro de Genealogia, em São Paulo. Ele demonstrou as origens judaicas de Joaquim Nabuco, fincadas a partir do ascendente Shemtov Abraham (Santo Fidalgo), nascido em 1497 na cidade espanhola de Barcelos, ponto de aglutinação de judeus perseguidos. Na quarta geração, um dos membros da família migrou para Pernambuco. Na décima segunda geração nascia Nabuco.
O palestrante esclareceu que a ascendência judaica dos Nabuco fica firmada, sem margem de dúvida, pela observação da linha materna, que é a referência para a identificação como judeu. Pesquisas genealógicas atuais demonstram que também Gilberto Freyre possuía ascendência judaica. Tanto ele quanto Nabuco não foram conhecedores deste componente da sua ancestralidade.
Uma grande dificuldade posta ante os historiadores e genealogistas para a identificação das origens judaicas é dada pelo fato de os “cristãos novos”, ao se converterem, forçados pelas circunstâncias, costumavam mudar de nome, para se protegerem das perseguições anti-semitas.
O terceiro dia do Seminário, realizado na Fundação GilbertoFreyre, foi marcado pelo lançamento do livro “Nordeste Semita”, de Caesar Sobreira, professor da Universidade Rural de Pernambuco, doutor e escritor com diversos livros publicados. Fundado na obra de Gilberto Freyre e em larga bibliografia, o autor procura identificar as expressões da cultura judaica nas mais diversas atividades da vida social no nordeste brasileiro: em hábitos alimentares, nos rituais fúnebres, no vestuário, no tratamento.
O livro de Caesar foi premiado na edição 2009 do Concurso de ensaios promovido em parceria pela Fundação Gilberto Freyre e a Editora Global.”
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
Núcleo de Estudos do Nordeste Semita
Ordem do Mérito Pernambuco 1817
Academia Illuminati de Olinda
Cátedra Anita Novinsky
“A vitalidade aflora por todos os lados na vida e na obra do pesquisador Caesar Malta Sobrera, inteligente cientista pernambucano que ora peregrina na Sefarad dos seus antepassados em busca de novos conhecimentos no âmbito acadêmico, assim como do necessário alívio à nostalgia de vários séculos de afastamento do ponto de partida. Agora me pede umas palavras, à guisa de prólogo, para seu livro Freud e o Judaísmo: Ensaios sobre Psicanálise e Religião. Difícil negar-me a escrever algumas reflexões sobre o notável judeu austríaco e sobre este trabalho que já obteve o Prêmio “Joel Pontes”, outorgado pelo Governo do Estado de Pernambuco. E o faço não por considerar-me um conhecido especialista em temas freudianos e nas valiosas contribuições da Psicanálise,e sim, porque meu instinto indica – e rara vez se equivoca – a ascendente e perdurável figura deste psicólogo, antropólogo, jornalista, filósofo, ensaísta e poeta nascido em Caruaru, a quem conheço desde 1993 e a quem considero uma “esponja”tropical de ilimitada capacidade para absorver as mais variadas expressões culturais, processá-las e, em seguida irradiar o produto destilado em seus fervorosos diálogos ou em seus também luminosos e polêmicos escritos.”
Alfredo Pérez Alencart – Secretário da Cátedra de Poética “Fray Luis de Léon” da Universidade Pontífica de Salamanca. – no prólogo que escreveu para o livro de Caesar Malta sobrera – Freud e o Judaísmo.
Caesar Malta Sobrera, nasceu em Caruaru (Pernambuco, Brasil), em 1957. É professor de Letras e Ciências Humanas (Área de Antropologia) da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Doutor em Filosofia e Ciências da Educação (Universidade de Salamanca) e Psicologia Clínica (Universidade de São Paulo), Máster em Comunidades Européias e Direitos Humanos (Universidade Pontifícia de Salamanca), Licenciado em Psicologia (Universidade Católica de Pernambuco) e Licenciado em Direito (Universidade Federal de Pernambuco). Recebeu em Outubro de 2009, o seu prêmio mais recente, "Premio Ibero americano de Ensaio 'Alfonso Ortega Carmona'", atribuído pela Sociedade de Estudos Literários y Humanísticos de Salamanca. (SELHI) Tem várias livros publicados, sendo o mais antigo, "Elementos Para Uma Crítica da Natureza do Poder" (Olinda, 1981).
Bandeira de Caruaru
Obra do professor Amaro Matias, instituído como símbolo oficial em 13 de maio de 1972, o pavilhão de Caruaru tem fundo tricolor verde, branco e vermelho, sendo o verde-esmeralda um agradecimento à fertilidade da terra, o branco, uma celebração da paz, e o vermelho, um símbolo da coragem do seu povo. O escudo, que fica ao centro, é repleto de simbolismo. O triângulo em azul representa a lealdade do povo, com o sol significando majestade, abundância e riqueza da terra. A faixa em amarelo fala da nobreza com uma cruz em vermelho, símbolo da fé. Abaixo, o triângulo em vermelho, cor da coragem e destemor, traz um ramo de avelozes, em homenagem ao fundador José Rodrigues de Jesus. Em cima, uma coroa de fortalezas lembra as lutas pelo progresso e soberania da cidade que lhe renderam a fama de “Princesa do Agreste”. As datas que se vêem na faixa amarela, abaixo do escudo, referem-se à data da criação do município (1848) e a da elevação à categoria de cidade (1857). Ladeando essa faixa, um ramo de louro (considerada a planta símbolo dos campeões desde a Grécia Antiga), lembra as vitoriosas batalhas travadas pelo desenvolvimento econômico de nossa cidade. A bandeira deve ficar hasteada nas repartições públicas municipais em dias de festa ou de luto.
Município do Vale do Ipojuca, conhecido como a Princesa do Agreste e a Capital do Forró, Caruaru é a principal metrópole do Agreste pernambucano. Maior centro de arte figurativa das Américas, segundo a Unesco, é palco da mais famosa feira popular do Brasil. Dispõe de ótima infra-estrutura com hotéis, restaurantes, bares e Shopping Center.
É por tudo isso, que eu acredito que Caruaru é de fato uma terra abençoada por Deus, pois, porventura não está Escrito:
“E, levantando Balaão os seus olhos, e vendo a Israel, que estava acampado segundo as suas tribos, veio sobre ele o Espírito de Deus.
E proferiu a sua parábola, e disse: Fala, Balaão, filho de Beor, e fala o homem de olhos abertos;
Fala aquele que ouviu as palavras de Deus, o que vê a visão do Todo-Poderoso; que cai, e se lhe abrem os olhos:
Quão formosas são as tuas tendas, ó Jacó, as tuas moradas, ó Israel!
Como ribeiros se estendem, como jardins à beira dos rios; como árvores de sândalo o SENHOR os plantou, como cedros junto às águas;
De seus baldes manarão águas, e a sua semente estará em muitas águas; e o seu rei se erguerá mais do que Agague, e o seu reino será exaltado.
Deus o tirou do Egito; as suas forças são como as do boi selvagem; consumirá as nações, seus inimigos, e quebrará seus ossos, e com as suas setas os atravessará.
Encurvou-se, deitou-se como leão, e como leoa; quem o despertará? benditos os que te abençoarem, e malditos os que te amaldiçoarem.”
(Números 24:2-9)
Parabéns Caruaru!!!
Fontes bibliográficas:
Resumo extraído do livro CARUARU NOMES E COGNOMES de NELSON BARBALHO - CARUARU - ASPECTOS HISTÓRICOS
pelo Prof. Josué Euzébio Ferreira
14 de maio de 2011 às 04:29
Shalom meu querido amigo!
ResponderExcluirEste artigo está maravilhoso - realmente uma linda aula de história. Obrigado por nos fornecer esta jóia!
Um forte abraço!
Todá Rabá Yedid Chaver!
ResponderExcluirFico feliz por ter gostado, muito obrigado pela gentileza do comentário, que a propósito torna a matéria ainda mais atraente!
Sou neta de uma figura importante da cidade, Mestre Pedro, Pedro Miguel dos Santos. Ao que consta, instalou a primeira rádio e o primeiro telefone da cidade. Tenho dificuldades em levantar as origens da família. Se alguém puder ajudar, agradeço.
ResponderExcluirVerdade
ExcluirVerdade, o mestre Pedro montou a 1ª rádio de Caruaru, na verdade um serviço de divulgação na Praça Siqueira Campos.
ExcluirSou neta de uma figura importante da cidade, Mestre Pedro, Pedro Miguel dos Santos. Ao que consta, instalou a primeira rádio e o primeiro telefone da cidade. Tenho dificuldades em levantar as origens da família. Se alguém puder ajudar, agradeço.
ResponderExcluirEstou maravilhado! É fantástico!
ResponderExcluirVou divulgar.
ResponderExcluirTodá Rabá L'Kulam! Muito obrigado a todos pela apreciação à matéria, Deus os abençoe.
ResponderExcluirShalom UL'Hitraot!!!
Saudações,
ResponderExcluirComo um membro da família Vieira de Melo em Pernambuco, que teve origem em Antonio Vieira de Melo, português, cavaleiro fidalgo natural de Cantanhede e que se espalhou por praticamente todo Pernambuco.
Os Vieira de Melo citados no texto são os mesmos que descendem de Antonio Vieira de Melo já que a sesmaria de Ararobá fora concedida a Bernardo Vieira de Melo, nome este, presente no filho de Antonio, assim como no neto.
Minha dúvida é de onde vem a informação sobre a origem dos Vieira de Melo em Portugal, tendo origem como título honorífico?
Sei que no concelho de Cantanhede, onde Antonio nasceu, em Coimbra, houve presença clara de judeus. Inclusive, lá existia uma aldeia chamada Enxofães, hoje freguesia de Murtede, no concelho de Cantanhede, é dita "villa que est de illos Hebreus" (aldeia que é dos Judeus).
Porém não achei informação sobre tal Pereira.
É bom citar também que, Paula Vieira de Melo, filha de Antonio Vieira de Melo, casou com um familiar do Santo Ofício (???).
Agradeço respostas.
Caruaru começou a tomar forma em 02 de junho de 1681, quando o governador Aires de Souza de Castro concedeu ao cônego Simão Rodrigues de Sá, por solicitação deste, uma sesmaria - Sesmaria de Ararobá - com 30 léguas de extensão, à margem esquerda do Ipojuca. Porém, aconteceu de somente no final daquele século, a família tomar posse das terras quando um sobrinho do cônego e seu homônimo, Simão Rodrigues de Sá, fundou a fazenda Caruru nas proximidades do Morro do Caruru.
ResponderExcluirSaberia me dizer se a família Augusto de Caruaru também é de origem judaíca? Sou trisneta do Coronel Augusto (Caruaru).
ResponderExcluirA origem de toda minha família e de Caruaru, e os meus pais são de Caruaru PE eu acho que eu tenho descendencia desses povos antigos.
ResponderExcluirBoa tarde....sou neta de Miguel Francisco de Jesus,nascido em Caruaru,como saber se ele descende de Jose Rodrigues de Jesus e Maria do Rosário Nunes filha de Maria Joaquina de Jesus no caso "sobrinha". Sei pouco da familua de meu pai Ramiro Miguel de Jesus tbm nascido em Caruaru no ano de 1941
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