Sefer Tanya 5° Parte
Após ter lido a quarta parte: http://judeusdecaruaru.blogspot.com/2011/10/normal-0-21-false-false-false-pt-br-x.html
Daremos continuidade na apresentação do Sefer Tanya através do título:
Daremos continuidade na apresentação do Sefer Tanya através do título:
Como
louvar-se corretamente
Ao descrever o juramento "seja justo,
e não seja perverso", que é administrado à alma antes que ela venha a este
mundo, nossos Sábios fornecem também conselhos sobre como atingir esta meta. A
pessoa deve saber como elogiar-se adequadamente. Jamais deve considerar-se
perfeita. "Mesmo que o mundo inteiro lhe diga como você é justo,
considere-se perverso." Em geral, toda pessoa deveria estar consciente
tanto de suas imperfeições quanto de suas boas qualidades. Embora não seja
pecado para alguém que se aperfeiçoou saber que é justo, as conseqüências deste
conhecimento podem ser perigosas. Nossos Sábios desaprovam o sentimento que
resulta quando alguém escuta o mundo inteiro falar que ele é justo. Não faz
diferença se "o mundo inteiro" refere-se a um círculo de amigos, ou
se está se referindo ao próprio mundo interior - não tente se convencer que
você é justo como resultado de seu sucesso em "afastar-se do mal e fazer o
bem". Ao contrário, "considere-se perverso!"
Questões
importantes
Declarações de nossos Sábios que sejam
difíceis de entender não deveriam simplesmente ser postas de lado como
questionáveis. Deve se fazer uma tentativa para entender qual foi a intenção.
Assim, Rabi Shneur Zalman escreve que a declaração "considere-se
perverso" deve ser entendida. A dificuldade que o autor tem com esta
declaração é que ela aparentemente contradiz outra declaração de nossos Sábios,
"Não se considere perverso" (Avot 2:13). Claramente, declarações de
nossos Sábios são todas verdadeiras, sendo "palavras do D'us vivo", e
não podem contradizer uma à outra. Ao contrário, cada declaração deve
aplicar-se a uma situação diferente, e como cada pessoa tem qualidades únicas e
problemas individuais, somente uma dessas declarações é relevante para ele.
Portanto, é nosso dever combinar o conselho adequado ao problema.
Ao dar conselhos sua eficácia deve ser
avaliada, e deveria também ser verificado que nenhuma conseqüência negativa
resultará dele. No caso atual, é necessário avaliar que sentimentos e reações
serão aquelas de alguém a quem se disse "considere-se perverso",
apesar do fato de que ele não é uma pessoa comum, mas sim uma pessoa moralmente
correta, uma pessoa de valor, alguém que é cuidadoso em todos os assuntos
pertinentes à Torá e Mitzivot, e que é considerado justo. O observador atento
notará que tal pessoa pode ter uma de duas possíveis reações: Ficará
"triste e deprimida" ou "não se deixará perturbar, de forma
alguma" por este auto-elogio. Rabi Shneur Zalman explica que ambas as
reações são indesejáveis. Se uma pessoa leva a sério esta auto-avaliação, e
sente que apesar de todos seus esforços ainda é perversa, então "ficará
triste e deprimida, e não poderá servir a D'us com júbilo e com o coração
contente." Como é bem conhecido, os mestres da Kabalá, e especialmente
Rabi Yisrael Báal Shem Tov, fundador do Chassidismo, e seus discípulos, baniram
completamente a depressão, pois a consideravam uma emoção profundamente feia.
Conta-se que Rabi Aharon de Karlin dizia freqüentemente que embora a depressão
em si não seja um pecado, pode jogar a pessoa a tais profundezas mais baixas
que qualquer pecado poderia fazê-lo. Além disso, quando uma pessoa está
deprimida, não pode cumprir sua obrigação de cumprir Mitzivot e estudar Torá
com alegria.
Evidentemente, a reação oposta pode às
vezes ocorrer - uma pessoa que demonstra falta de interesse e apatia nos
resultados de seu auto-elogio. Para que a instrução "considere-se como
perverso" não o jogue num estado de depressão, ele toma a firme decisão de
não ser afetado por esta auto-avaliação. Deve ser notado que esta atitude
também é insatisfatória, pois "se ele não é jamais perturbado, isso pode
levá-lo à irreverência, D'us não o permita." Todo judeu requer uma forte
barreira separando-o do pecado. Se o fato de ele ser perverso não o incomoda em
absoluto, é provável que se torne irreverente, e zombe de todos os valores
judaicos. Tudo isso ocorrendo, por que deveriam nossos Sábios apresentar-nos a
sugestão acima mencionada, que parece não ter efeito positivo algum sobre a
pessoa?
A
necessidade de definições claras
Estes problemas que Rabi Shneur Zalman
apresenta no início do primeiro capítulo do Tanya agem como uma introdução ao
repensamento de toda a estrutura de nossas idéias. Mesmo conceitos tão simples
e bem conhecidos como justo e perverso devem ser definidos adequadamente a fim
de entendermos suas verdadeiras implicações. Com o conhecimento detalhado dos
assuntos que serão discutidos nos próximos capítulos, veremos como são
benéficas e exatas as declarações de nossos Sábios.
... continua ...
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