Os Valores de Sukot
A nós os judeus nos foram ordenado trocar
nossas moradas por Sukot (cabanas) no dia 15 do sétimo mês do calendário
judaico, Tishrei, em lembrança às Sukot nas quais D'us os instalou quando
saíram do Egito. Como está Escrito:
“Porém aos quinze dias do mês sétimo, quando tiverdes
recolhido do fruto da terra, celebrareis a festa do Eterno por sete dias; no
primeiro dia haverá descanso, e no oitavo dia haverá descanso.”
(Levítico 23:39)
(Levítico 23:39)
Entretanto
pode-se perguntar: o Êxodo do Egito ocorreu em Nissan; seria, portanto, mais
adequado lembrar o evento na sua época original - Nissan. Por que fomos
ordenados a observar Sukot em Tishrei? Inúmeras razões foram dadas.
Durante Nissan, mês da primavera em
Israel, o clima fica mais quente, usualmente saímos para ficar em cabanas. E é
exatamente em Tishrei que as pessoas voltam a ficar em casa devido às chuvas e
ao frio das noites. Portanto, quando neste período os judeus residem em tendas,
fica claro perante todos que isto está sendo feito para servir a D'us e cumprir
Sua Vontade, como está escrito: "A fim de que as gerações saibam."
Nossos sábios também responderam à
pergunta por que observamos Sukot depois de Yom Kipur: Em Rosh Hashaná D'us
julga todos os habitantes do mundo; em Yom Kipur Ele sela o julgamento. E uma
vez que possa ter sido decretado que Israel vá ao exílio, erigimos a Suká.
Outras razões foram apontadas pelas
autoridades judaicas. Não comemoramos as nuvens de glória que rodearam o povo
judeu quando da saída do Egito, uma vez que desapareceram com o pecado do
bezerro de ouro. Comemoramos somente as nuvens de glória que retornaram -
depois de Yom Kipur - e que continuaram durante os quarenta anos de permanência
do povo no deserto.
Depois de Israel ter cometido o pecado do
bezerro de ouro e do desaparecimento das nuvens de glória, Moshé (Moisés) subiu
aos Céus três vezes. Ao descer pela terceira vez, trouxe para Israel a Mitzivá
de erigir o Mishkan - Tabernáculo, que simboliza a Morada de D’us na terra - como
uma prova de que D'us havia se reconciliado com o povo e a partir de então iria
habitar em nosso meio.
Em Yom Kipur, Moshé desceu do monte. No dia
seguinte, está escrito: "Moshé reuniu toda a congregação dos filhos de
Israel e disse... tomai de vós uma oferenda para D'us." Nos dois dias
seguintes - dia 12 e 13 de Tishrei - eles trouxeram suas contribuições. No dia
14 de Tishrei, os artesãos que construíram o Mishkan receberam todas as
contribuições de Moshé. No dia 15, começou a construção e, então, as nuvens de
glória retornaram e formaram uma Suká - uma cobertura protetora - sobre o
acampamento de Israel.
Conseqüentemente,
determinou-se que ficássemos em tendas naquele dia. Da mesma maneira que D'us,
por assim dizer, deixou os Céus e fez Sua Presença repousar no seio dos filhos
de Israel, assim Israel mostra a D'us que também deixam suas casas e permanecem
com Ele, numa Suká - na Sombra protetora de Sua Fé.
Durante os Dias de
Reverência, de Rosh Hashaná a Yom Kipur, Israel pede perdão pelos pecados de
todo o ano. Mas apesar do arrependimento ser aceito e os pecados perdoados,
ainda nos preocupamos com pecados no passado. Normalmente, uma pessoa
arrependida se sente como se não pudesse encontrar lugar no mundo. D'us então
nos diz: "Desde que não conseguem encontrar um lugar, devido ao seu
sentimento de culpa, Eu lhes farei um lugar. Venha a Mim e encontre proteção na
Minha sombra - na Suká da Minha Paz." Como está Escrito:
“Deixo-vos a Paz, a Minha Paz vos dou; não vo-la dou como o
mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.”
(João 14:27)
(João 14:27)
Habitar na Suká durante Chag Sukot é uma experiência espetacular. O
Rabino Weytman nos ensinou que quando colocamos o nosso Tefilin, servimos a D’us
com o nosso braço e cabeça, quando recitamos o Shemá, servimos a D’us com
nossos lábios, quando vamos a Sinagoga, servimos a D’us com nossas pernas e
nosso coração, porém, quando habitamos numa Suká em Sukot, servimos a D’us com
todo o nosso ser, pois, todo o Santuário que a Suká representa tem que ser construído
por você e habitado por você e é na Suká que você por sete dias se transforma
Naquele que emana Luz e ao mesmo tempo é aquele que A recebe.
Hoje em dia, num mundo cada vez mais dominado pelo Yetzer HaRa, é a cada
vez, mais difícil realizarmos plenamente as Mitzivot de Sukot, por outro lado,
devemos ter em mente, que a Suká nada mais é que uma habitação frágil e
temporária cuja função maior é nos fazer lembrar da nossa dependência em
relação a D’us. Neste sentido, a Suká é um símbolo externo da fragilidade de
nossa permanência neste mundo, assim, o nosso corpo é portanto a nossa Suká.
Como está Escrito:
“Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre, esta Suká se
desfizer, temos de D’us um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos Céus.”
(2 Coríntios 5:1)
(2 Coríntios 5:1)
Dentre os costumes que realizamos em Sukot, temos a leitura do Sefer
Kohelet (Eclesiastes), o que a princípio nos parece um tanto contraditório,
pois, enquanto as Mitzivot de Chag Sukot são tão importantes e de muito valor
para o ano todo, o Sefer Kohelet parece nos dizer que todo esse trabalho é vão!
A Suká é uma morada temporária, e mesmo sendo temporária dá muito trabalho
construir uma, e isso vale para tudo o que realizamos e conquistamos em nossa
vida, apesar de todo tempo que dedicamos a realização de um sonho, apesar de
todo o trabalho e esforço, no final das contas, o melhor que construímos é algo
que depois de pronto tem que contar constantemente com fatos “sorte” para
manter de pé, pois, o mundo que cerca é imprevisível e a qualquer momento
alguma catástrofe natural ou incidente pode nos acometer e em minutos destruir
o que levamos anos para construir – que D’us não o permita – por isso, para nós
os judeus, o fator sorte é desprezível, para a nossa segurança e prosperidade
buscamos a D’us através de Seus Mandamentos, desta forma, sabemos que mesmo
estando em uma situação precária, se estamos protegidos por D’us, estamos
melhor do que os reis em seus palácios, pois, grandes países foram e já não são,
grandes líderes se levantaram e caíram, porém, nós, que na maioria das vezes
contamos como habitação física apenas com nossos próprios corpos, ainda estamos
aqui. O que nos leva a concluir por experiência própria que habitamos em D’us
através do estudo de Sua Santa Torá e por isso somos um Povo Eterno, portanto,
estudar a Torá, é realmente o que nos interessa, todo o resto é secundário,
como está Escrito:
“E aconteceu que, indo eles de caminho, entrou Rabi Yeshua
numa aldeia; e certa mulher, por nome Marta, o recebeu em sua casa, e tinha
esta uma irmã chamada Miriam, a qual, assentando-se também aos pés de Rabi
Yeshua, ouvia a Sua Palavra. Marta, porém andava distraída em muitos
serviços; e, aproximando-se, disse: Senhor, não se te dá de que minha irmã me
deixa servir só? Dize-lhe que me ajude.E respondendo Rabi Yeshua,
disse-lhe: Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas, mas uma
só é necessária (o Estudo da Torá), e Miriam escolheu a boa parte, a qual não
lhe será tirada.”
(Lucas 10:38-42)
(Lucas 10:38-42)
É também uma das grandes Mitzivot de Suká receber visitantes –
HaUshpizin – na Suká. Quando fazemos isso, nos assemelhamos ao nosso pai
Avraham que deixava aberto os quatro
lados de sua cabana para receber em sua casa as pessoas que passavam por ali vindas
dos quatro cantos do mundo. Estudar a Torá é entrar na casa de D’us. D’us está
a todo momento nos convidando para Cear junto com Ele, Sukot foi Ordenado para
nunca nos esquecêssemos disso, portanto, quando estudamos a Torá, D’us nos
recebe em Sua Casa, porém, quando construímos a nossa Suká, nós recebemos D’us
na nossa. Isso nos ensina que devemos estar sempre pronto para Recebê-lo, não
somente em Sukot, mas em todo o momento de nossas vidas, pois, assim como
buscamos por Ele, Ele também busca por nós através de Seu Mashiach, como está
Escrito:
“Eis que Estou à porta, e bato; se alguém
ouvir a Minha Voz, e abrir a porta, Entrarei em sua casa, e com ele Cearei, e
ele Comigo.”
“Apocalipse 3:20”
“Apocalipse 3:20”
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Feliz Sukot 5773!
Deixa o rabino Waitmman saber disso.
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