quinta-feira, 23 de junho de 2011

Amarás ao Próximo como a Ti mesmo


Amarás ao Próximo como a Ti mesmo
Kwmk Kerl tbhaw


A Torá é o Bem mais importante do mundo judaico, é a razão de viver de todo e qualquer judeu, Ela é composta de 613 Mitzivot, todas as Mitzivot são válidas e muito importantes para elevação do crente judeu e todo o crente em Deus em direção ao seu Criador e por conseqüência é o cumprimento de seus mandamentos que proporciona para os seus habitantes um mundo melhor. Esta manhã (23/06/2011) me senti profundamente comovido e motivado a escrever esta postágem, após assistir um vídeo no You Tube de uma Drashá do Rebe de Lubavitch:

http://www.youtube.com/watch?v=EppYGCmM5to

     Cujo o tema bem comum nas Drashot do Rebe era: “o amor ao próximo”, e esse (ao contrário do que muitos pensam) é um conceito da Torá.    
     É na Torá que está Escrito o segundo mais importante mandamento; 

 Kme ynb ta rjt alw Mqt al
hwhy yna Kmk Kerl tbhaw

     Lo Tiqom VeLo Titor Et Benei Amekha, VeAhavta Lereakha Kamokha, Ani Adonai.

     Não te vingarás nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o SENHOR.”
 (Levítico 19:18)

      Kwmk Kerl tbhaw -  “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo” é numa primeira leitura (Peshat), uma recomendação para fazermos o bem ao próximo como gostaríamos que ele fizesse a nós, cujo o objetivo primeiro nos parece ser o de fazer uma boa obra pra alguém desinteressadamente e esperar que a recompensa por isso venha de Deus (neste mundo ou no outro), porém, numa leitura mais profunda do mesmo texto (Sod), veremos que a Verdadeira Preocupação do Eterno quando nos ordenou tal mandamento, não era na verdade o outro, mas sim a nós mesmos, pois, o outro quando injustiçado sempre tem ao Eterno para suplicar por Justiça e o Eterno nosso Deus, Bendito Seja o Seu Nome, sempre a faz.


     Quando o Eterno, Bendito Seja o Seu Nome, nos ordenou; “Amarás o próximo como a ti mesmo”, Ele na Verdade estava nos livrando da solidão, da improdutividade, do isolamento; são todas essas características da morte. Ou seja; ele estava nos livrando de morrermos mesmo enquanto ainda continuássemos vivos!


     Um exemplo claro disso podemos observar em nosso dia-a-dia; pessoas idosas que não conseguem mais a atenção dos filhos, parentes ou conhecidos, pessoas com problemas mentais que adquiriram junto com sua limitação também a solidão, o isolamento e a improdutividade. Poderemos ver isso claramente nos deficientes físicos em geral (pelo menos na maioria), assim como também podemos ver isso acontecer com o sincero, com o puro, com o espirituoso.


      Kwmk Kerl tbhaw  - “Amarás o próximo como a ti mesmo” não é um resguardar do outro, mas sim um resguardar de mim mesmo, pois, na medida que eu faço o bem ao próximo ainda que esse próximo não me pareça tão próximo assim, certamente num amanhã me verei numa situação (como já me vi várias vezes) onde agora o estranho sou eu e esse conceito de próximo que eu sempre observei como “o próximo necessitado é sempre o outro” agora sou eu e se ninguém entender esse conceito, como me erguerei da situação difícil em que me encontro? Mas como o outro que ainda não me vê como o “próximo” poderá se livrar da solidão que o ilude e lhe oferece sempre amizades que sem perceber este outro comprou com dinheiro ao invés de comprá-los com a fidelidade do coração – e portanto também está só?

     Renato Russo (o vocalista da banda; Legião Urbana), em uma música que eu não me lembro o nome, disse certa vez: “o mal do século é a Solidão, cada um de nós imerso em sua própria arrogância esperando por um pouco de afeição...” ele estava certo.
     Em nossa geração (principalmente em nossa geração) os valores estão corrompidos, trocados, torcidos. O que nos resta é na maioria das vezes mentir e acreditar nas mentiras que nos contam. “Amarás o próximo como a ti mesmo” é sem dúvida a única saída imediata, depois virão todos os outros mandamentos, mesmo o “amarás a Deus de todo o seu coração...”, porque a Deus todos (judeus e gentios) declaram que amam, porém ao próximo...


     Kwmk Kerl tbhaw  - “Amarás ao próximo como a ti mesmo” é o reiniciar consciêncial da humanidade que começa a partir do indivíduo, é o Fundamento do mundo vindouro. Assim evitaremos cometer o mesmo pecado cometido pelos nossos pais descrito no livro O Mais Completo Guia sobre Judaísmo do rabino Benjamim Blech, quando ele disse: “A queda do Primeiro Templo se deu pelo fato de que os judeus amavam naquela época o próximo como a si mesmos, porém, se esqueceram de Deus, na geração da queda do Segundo eles amavam a Deus sobre qualquer coisa, porém, se esqueceram do próximo e o Segundo Templo caiu...”


     Através dos nossos santos profetas o Eterno nos promete erguer de novo a Beit Qadish – o Terceiro Templo, mas não o fará enquanto nós os seus amados não amarmos ao próximo como a nós mesmos, não no sentido de beneficiar ao próximo, mas antes, a nós mesmos, como diz um antigo provérbio hebreu; “o maior bem de uma pessoa é outra pessoa”, assim como o poder de um grande exército não se encontra exclusivamente no seu poder bélico mais antes no seu contingente, assim também, o sucesso de quem quer que seja não se encontra exclusivamente no seu talento, mas antes, no número de pessoas que o apreciam. Da mesma forma se dá com o nosso sucesso pessoal, não o quanto eu aglomero ao meu redor, mas a quantas pessoas eu aglomero (lógico pelo sentimento correto) ao meu redor.


     Foi justamente por isso que o Grande Rabi Yeshua Minetzeret rejeitou a oferta do opositor, quando este lhe ofereceu as riquezas de todo o mundo, ao invés disso, ele preferiu derramar Seu precioso Sangue em favor de muitos, foi por isso que quando ensinava sobre o Verdadeiro Amor Ele disse:

hrty hbha vyal Nya
wydydy deb wvpn ta wttm
     Ein L’Ish Ahavá Yeterá Mitito Et-Nafsho BeAd Yedidav.
    “Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelo seu amigo.”
(João 15:13) 

     E essa Sua sentença está baseada na Torá, naquele momento Ele evocou o conceito “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo” e mais, quando foi indagado sobre o maior mandamento, Ele disse:
hl hmwd tynvhw...
Kwmk Kerl tbhaw
...VeHashenit Domá Lá; VeAhavta Lereakha Kamokha.
“... e o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.”
(Mateus 22:39)

terça-feira, 14 de junho de 2011

Yeshua MiNetzeret - O Judeu

Yeshua MiNetzeret - O Judeu

     Nascido na Galileia há mais de 2 mil anos, Jesus de Nazaré foi, sem margem para dúvidas, um judeu. As escrituras cristãs confirmam a cada passo que Cristo – Yeshua ben Yosef, de seu nome hebraico – seguiu à risca as tradições e mandamentos do judaísmo ortodoxo. Mesmo assim, durante séculos, numa tácita aliança de silêncios, cristãos e judeus recusaram reconhecer as raízes judaicas do pregador da Galileia, a quem chamaram rabino, e que acabaria por tornar-se uma das mais influentes e emblemáticas figuras da História humana.

     Abandonado, e mesmo combatido, pela Igreja Cristã (tanto católica como protestante) durante séculos, o judaísmo de Jesus, e o seu enquadramento contextual, só começou a ser explorado recentemente.

     Esta corrente, nascida na recta final do século XIX, assumiu novas proporções nos finais do século XX, quando a busca do “Jesus Histórico” e das raízes hebraicas de Cristo começou a fascinar teólogos e historiadores cristãos e judeus. Arredados já do cíclico antisemitismo que levara os cristãos durante séculos a negarem o judaísmo de Jesus, estes redescobriam agora o Messias cristão no seu contexto histórico, étnico e religioso.

     O judaísmo de Jesus foi, até 1900, praticamente posto de parte também pelos pensadores judeus, em grande medida como reacção às perseguições que o cristianismo encetara contra os hebreus. Recorde-se que até ao Concílio Vaticano II, em 1965, a própria Igreja Católica acusava os judeus de terem morto Cristo – uma acusação que não só negava a verdade histórica, desculpabilizando o papel do governador romano Pôncio Pilatos enquanto executor máximos da pena (ver Who is Responsible for Jesus’ Execution), como também escondia o facto de Jesus ser, ele próprio, um judeu. Esse era um facto histórico inescapável, mas mesmo assim rodeado de uma polémica apenas explicável por um antisemitismo latente.
“Muitos cristãos continuavam a recusar aceitar o facto de que Jesus era judeu, afirmando a pés juntos que ele era ‘cristão’. Mas um cristão, por definição, é um seguidor de Cristo. Se assim fosse, Jesus seria um seguidor de si próprio, o equivalente de um cão que persegue a sua própria cauda”, comenta o teólogo cristão Jonathan Went, um estudioso das raízes judaicas de Jesus.

     Contando com as poucas referências talmúdicas, as fontes históricas judaicas sobre Jesus restringem-se a breves passagens de fragmentos deixados por historiadores hebreus, o mais famoso dos quais o Testimonium Flavianum, escrito por Flavius Josephus, que viveu entre os ano 37 e 100 da era comum.
Agora, quase dois mil anos passados sobre o seu desaparecimento, aos poucos, rabinos e pensadores humanistas judeus começaram a reclamar Jesus enquanto figura histórica intimamente ligada ao judaísmo.

     Na década de 90, foram editados vários livros que abordavam uma visão judaica de Jesus, o mais significativo dos quais lançado em finais de 2001 nos Estados Unidos sob o título “Jesus Through Jewish Eyes: Rabbis and Scholars Engage an Ancient Brother in a New Conversation”.

     Na verdade, os relatos das escrituras cristãs apontam para o facto de Jesus ter cumprido escrupulosamente todos os preceitos da religião judaica. Os Evangelhos do Novo Testamento bíblico contam que Jesus foi circuncisado oito dias após ter nascido (Lucas, 2:21), segundo regem as leis judaicas; ainda bebé foi apresentado no Templo em Jerusalém (Lucas, 2:22), de acordo com o que mandava a tradição, e foi educado na Lei de Moisés (Lucas 2, 39 a 42). A Bíblia cristã confirma ainda que ele, como todas as crianças judias, começou a aprender a Torá – a Bíblia hebraica – aos seis anos e aos 12 anos no Templo “ouvia e interrogava” os rabinos (Lucas 2:46). Mais tarde, os evangelistas relatam que Jesus celebrava os festivais judaicos (Páscoa, Tabernáculos e Hanuká) além de guardar todos os sábados como dias santos. Ao mesmo tempo, envergou tzit-tzit e tefilin, adereços litúrgicos ainda hoje usados pelos judeus ortodoxos. Mesmo assim, perante este verdadeiro mar de referências bíblicas ao judaísmo de Jesus, este continuou a ser ignorado através das gerações.

     No livro “Rabbi Jesus: An Intimate Biography”, o teólogo e historiador anglicano Bruce Chilton traça um perfil do Messias cristão fortemente enraizado no judaísmo. Para Chilton, Jesus foi indubitavelmente um rabino, reconhecido como tal na Galileia, e “os seus ensinamentos tornavam-no em tudo semelhante a outros rabinos galileus, conhecidos como chasidim. (…) Os chasidim eram curandeiros que curavam os doentes e aliviavam a seca através da oração, e Jesus juntou-se às suas fileiras”.

     Numa visão amplamente partilhada por vários teólogos judaicos contemporâneos – entre eles Z’ev ben Shimon Halevi – , o padre Bruce Chilton vê ainda em Jesus um discípulo dos mestres da Cabalá, uma palavra hebraica que literalmente significa “tradição recebida” e que traduz o misticismo judaico. As influências cabalísticas nos ensinamentos de Jesus são notórias. A mais evidente de todas é a chamada “regra de ouro do judaísmo”, ensinada pelo rabino Hillel, que viveu em Jerusalém cerca de 200 anos antes de Jesus. Conta o Talmude que um viajante pouco familiarizado com os judeus pediu ao rabino Hillel que numa frase lhe explicasse a essência do judaísmo. O rabino olhou-o por instantes e respondeu sem hesitar: “Ama o próximo como a ti mesmo. Agora vai e pratica o que aprendeste.” A mesma máxima, repetida posteriormente por Jesus, pode ser encontrada na Bíblia hebraica, no livro de Levítico.
     A grande separação das águas, no entanto, acontece quando teólogos judeus e cristãos são forçados a debater o papel de Jesus enquanto Messias. Para os judeus, o Nazareno é um rabino que seguiu a senda de outros nomes grados da história do judaísmo, mas que nunca quis formar uma religião à parte – mas sim reformar por dentro, levando os judeus do seu tempo a repensarem a sua relação com Deus. Na verdade, a separação entre o judaísmo e os seguidores de Jesus acontece posteriormente, quando Saulo de Tarso (São Paulo) transforma em religião distinta o que até então era apenas uma seita judaica.

     Apesar da existência de movimentos messiânicos , onde judeus assumem a sua crença em Jesus enquanto messias, a questão da divindade de Cristo assume-se como a barreira inexpugnável entre as duas visões.

     Mas o judaísmo de Jesus não é apenas um tema de debate teológico. A essência transbordou também para a literatura. Em “Ulisses”, James Joyce coloca o seu personagem principal, o judeu irlandês Leopold Bloom, em confronto com um antisemita cristão nas ruas de Dublin. Nesta parábola carregada de simbolismo, o antisemita, tal como o ciclope enfrentado por Ulisses, tem apenas um olho. Às invectivas, Bloom responde perante a ira incontida do seu interlocutor: “Mendelssohn era judeu, como Karl Marx e Mercadante e Spinoza. E o Salvador era judeu e o seu pai era judeu. O teu Deus era judeu. Cristo era judeu, como eu.”

     Um dos primeiros teólogos judaicos a abraçar o judaísmo de Jesus foi o rabino americano Stephen S. Wise, que num artigo intitulado “The Life and Teaching of Jesus the Jew”, datado de Junho de 1913, escreveu: “Nem protestos cristãos nem lamentações judaicas podem anular o facto de que Jesus era judeu, um hebreu dos hebreus.”

Origem: BLOG - Rua Da Judiaria
http://ruadajudiaria.com/?p=62

terça-feira, 7 de junho de 2011

Chag Shavuot Sameach! - Feliz Festa das Semanas!


twewbv
Shavuot
     Shavuot é a segunda das três maiores Festas da Peregrinação – Mylgr vwlvh (Pêssach é a primeira e Sukot a terceira), e vem exatamente cinqüenta dias após Pêssach. A Torá foi outorgada por D-us ao povo judeu no Monte Sinai há mais de três mil e trezentos anos. Todos os anos neste dia, renovamos nossa aceitação do presente de D-us. A palavra Shavuot significa "semanas": assinala a compleição das sete semanas entre Pêssach e Shavuot (o período do Ômer), durante o qual o povo judeu preparou-se para a Outorga da Torá. Durante este tempo, purificou-se das cicatrizes da escravidão e tornou-se uma nação sagrada, pronta a entrar em uma Aliança Eterna com D-us, com a Outorga da Torá. Shavuot também significa "juramentos". Com a Outorga da Torá, o povo judeu e D-us trocaram juramentos, formando um Pacto Duradouro de não abandonar um ao outro.

     Há três formas de se escrever Shavuot em Hebraico:
tebv =7
tewbv =4
twewbv =10
     Como no Hebraico não existe vogal, os sons vocálicos necessários para produzir a vocalização de Shavuot podem ser representados por qualquer destas três formas. É curioso notar que; as somas dos valores de cada letra que compõem cada uma destas formas de escrever Shavuot dão estes respectivos valores: 7, 4 e 10
      Estes números dão (de acordo com a Kabalá) um sentido mais profundo às Palavras Sagradas grafadas na Torá, de modo que sua Revelação - do significado dos Ditos da Torá – passa a ter uma “comprovação matemática” por assim dizer que leva o Talmid à plena certeza de que o Verdadeiro Sentido do Texto é realmente aquele e não outro.


     Pois bem; os filhos de Israel saíram do Egito, peregrinaram pelo Deserto e depois de certo tempo sua consciência de escravo já não estava mais lá, os filhos de Israel já se comportavam como pessoas livres em busca de um lugar para se estabelecer, porém, eram sem dúvida pessoas livres. 

      Se os observarmos desde a saída do Egito até o adquirir esta consciência de pessoas livres, veremos que eles passaram por um árduo processo, eles mudaram de consciência, logo mudaram de comportamento, já não pensavam mais como antes, concluíram o processo de libertação, kabalisticamente falando, esse “concluir do processo” é representado pelo número 7 (uma Obra Completa). Assim, após o Eterno, Bendito Seja o Seu Nome, tê-los libertado (seus corpos e suas mentes), Ele agora se prepara para educá-los com a Outorga da Torá que teve início com a Entrega dos Dez Mandamentos – 10. E só depois que eles – os filhos de Jacó – encarnaram os princípios dos 10 Mandamentos, foi que eles passaram (evoluíram) de pessoas errantes para a definição de nação, o Povo de Deus, tal “passagem” é representada pela Kabalá pelo número 4, que é o valor da letra Dalet cuja tradução é porta, e a “porta” é por definição a passagem que nos leva de um ambiente a outro.

      Portanto; somente quando os filhos de Israel adquiriram a consciência de pessoas livres = 7, é que estiveram prontos para a Outorga da Torá = 10, e só quando encarnaram esses princípios foi que passaram = 4 da definição de pessoas errantes para a real definição de Filhos de Israel; que a propósito:
larvy = 30+1+200+300+10=541=10
      Assim também procedeu o Eterno conosco (os Anussim), nos libertou da escravidão religiosa que nos foi imposta - 7, nos deu a Sagrada Torá de nossos pais – 10, e só depois de encarnar os seus princípios  - 4 (e não antes) é que seremos chamados verdadeiramente de Filhos de Israel.
     Certamente todos nós (os que cremos) conseguiremos B’Ezrat HaShem!
     Chag Shavuot Sameach!!!!!!!!!!

segunda-feira, 6 de junho de 2011

OLivro da Formação


hryuy rpo
OLivro da Formação

 
    Aqui no BLOG dos Judeus de Caruaru, já falamos do Sefer HaZohar e de sua importância no mundo judaico e no meio exotérico. Agora vamos falar de uma outra pérola literária muito rara e de muito valor: O Sefer Yetzirá.


    O Sefer Yetzirá - O Livro da Formação – é o um dos textos mais antigos do mundo da literatura judaica, cuja aparição, segundo especialistas como Gershom Scholem, se situaria entre os séculos II e IV de nossa era.


     Sefer Yetzirá (ספר יצירה) é um texto antigo pertencente ao corpus da Kabalá Judaica. O Livro Yetzirá é um dos remanescentes dos livros secretos hebraicos, um dos mais antigos e está ligado a literatura dos Santuários e da Carroagem, é uma das colunas secretas sobre a qual se baseia a Kabalá.
     O escritor declara ter descoberto o Ato da Criação (sua Fórmula).


     O texto inicia com as palavras; "Com trinta e dois Caminhos maravilhosos da Sabedoria legislou o Eterno dos Exércitos, o Deus de Israel, o Deus Vivo e Rei do Universo, Deus Misericordioso e Gracioso que se assenta para sempre, Santo é o Seu Nome e o seu Universo."
     Os Trinta e dois Caminhos da Sabedoria são compostos dos 10 Dígitos e das 22 Letras do Alfabeto Hebraico. O Autor declara que através destas contagens Criou Deus o Universo e quando Abraão descobriu este Segredo, compreendeu o Segredo da Verdadeira Fé.


     “Porque Abraão nosso pai viu sobre Ele a Paz, viu e investigou e legislou, esculpiu, gravou acrescentou e criou com o erguimento das suas mãos, foi-lhe descoberto ao Senhor de Tudo que o assentou em seu Interior, o abraçou e beijou sua cabeça, chamou-o Seu Amado e o chamou pelo nome e fez com ele um Pacto para ele e sua descendência para sempre e como foi dito; “e creu no Senhor e isto lhe foi imputado como justiça.”
(Gênesis 15:6)

     O Sefer Yetzirá sempre foi (e ainda é) uma literatura levada em alta conta pelos sábios de todas as gerações do mundo judaico, prova disso é que não raro encontramos citações dos mais renomados eruditos e estudiosos judeus de forma favorável á santidade do Sefer Yetzirá, entre eles o Gaon de Vilna, Ramban, Raivad, Moisés Botarel, Otsar HaShem, Saadia Gaon, entre outros. Cada capítulo do livro finaliza com um exercício prático de meditação kabalística. O Sêfer Yetsirá é um dos mais importantes textos kabalísticos. Ele versa sobre o misticismo e a tradição mágico-esotérica judaica, descrevendo a Criação Divina, que é apresentada como sendo resultante das combinações e permutações das letras do Nome de Deus. Sua importância para o judaísmo como um todo pode ser inferida do fato dele ser um dos textos judaicos mais antigos, e traz a mais antiga citação do conceito das Sefirot.


     Mas, em que nos pode ser útil o Sefer Yetzirá nos dias de hoje (para os judeus e estudantes da Torá que não são kabalistas)?
     O Sefer Yetzirá pode ter seu valor comprovado facilmente em qualquer círculo religioso cujo o estudo esteja focado nos Sagrados Textos da Santa Torá, uma vez que o Sefer Yetzirá lançará Luz sobre alguns temas das Sagradas Escrituras ainda obscuros para a maioria das pessoas, e que acabam por suscitar questões aparentemente sem respostas como por exemplo:
·        Se todas as Bênçãos Divinas são de caráter espiritual, então; porque sentiu o Eterno necessidade de Criar um mundo físico?
·        Se os anjos não são homens, não são deuses e nem animais, o que são?
·        Como de fato posso entender esse conceito de; “Façamos o homem a Nossa Imagem e como Nossa Semelhança”?
·        Porque a necessidade dos Patriarcas e Profetas de quando oravam a Deus, abriam as mãos, punham suas cabeças entre suas pernas?
·        Porque levantavam as mãos paralelas aos Céus?
·        Porque a maioria dos judeus de hoje balançam o corpo para trás e para frente enquanto oram?
     Estas e outras questões são abordadas e aclaradas com maestria, beleza e espiritualidade nas palavras do Sefer Yetzirá, cujo o autor não se sabe ao certo e cujo surgimento não se tem certeza. Sabemos que a Tradição dos Antigos atribuem a autoria do Sefer Yetzirá ao Pai Avraham e que seu surgimento (ou descoberta) teria se dado por volta do século II, sob as mãos do renomado Rabi Akiva. De lá para cá, o Sefer Yetzirá tem sido uma ferramenta preciosa para formar pontes sobre conceitos judaicos de diversos ramos e linhas de pensamento do mundo judaico, que diga-se de passagem é bem diversificado e sob um “primeiro olhar” bem confuso, porém, o Sefer Yetzirá, assim como as outras literaturas de valor semelhante, tem atenuado essas diferenças e reforçado aquele velho provérbio judeu; “onde há dois judeus há três opiniões”, e nem por isso estão de todo certos e nem de todo errados, pois, como está Escrito: 

“E conhecereis a Verdade, e a Verdade vos libertará.”
(João 8:32)

     Observe, as Escrituras não te prometem o “Conhecer de toda a Verdade”, mas o “Conhecer da porção da Verdade necessária para te libertar” e é justamente aí onde a individualidade da Revelação é manifestada. Por isso, certas “Verdades” das Escrituras Sagradas parecem não fazer sentido para alguns e por outro lado para outros fazem as mesmas “Verdades” todo o sentido do mundo, porque só te será revelado o que você pede, e geralmente pedimos aquilo que nos trás uma sensação de liberdade, seja do engano, seja do mal, do vício em fim.

     Toda a Verdade está contida na Torá, daí, todo o resto do Tanakh, a B”sorat-HaQuedoshá, o Talmud, o Zohar, o Bahir e por fim o Sefer Yetzirá, são intérpretes por assim dizer das Palavras codificadas das Verdades contidas na Torá que te levarão à liberdade que buscas.