O Exílio Expia todo o Pecado
Talmud da Babilônia – Seder Neziquin - Tratado Sanhedrin
37b/38a
Uma dentre as mais frequêntes questões que vez ou outra me deparo com alguém perguntando-a a mim é a seguinte: “Sempre que os judeus pecaram contra Deus tiveram que apresentar um sacrífio perante Deus no Templo (pois sacrificar em qualquer outro lugar é proibido pela Lei de Deus) a fim de obterem perdão pelos pecados cometidos. Porém, agora que estão sem o Templo e sem sacerdócio, como fazem para não terem seus pecados imputados por Deus, uma vez que só há perdão de fato dos pecados para os judeus segundo a Lei de Moisés através dos sacrifícios?”
A minha primeira reação é dar-lhes uma resposta simples do tipo: “Deus substituiu o sacrifício pela oração.” Mas isso não resolveria a questão, simplesmente porque eu não poderia provar isso na Torá, ou seja; não há (até onde eu sei) na Torá alguma referência de que Deus substituiu os sacrifícios por orações, ainda que muitos rabinos modernos afirmem ser isso assim.
Fui buscar essa resposta na Torá, procurei também no Talmud e vejam o que encontrei:
“Rab Judá, filho de R. Hiyya também disse: "O Exílio expia metade dos pecados dos homens. Pois, no início da narrativa de Caim está escrito, “e eu serei fugitivo e errante”, porém, em seguida encontramos; “e habitou na terra de Nod (vagando).” (Bereshit – Gênesis 4:14-16)
“Rab Judá disse: O Exílio faz remissão para três coisas, pois está escrito: “Assim diz o Senhor; “O que ficar nesta cidade há de morrer à espada, ou de fome, ou de pestilência; mas o que sair, e se render aos caldeus, que vos têm cercado, viverá, e terá a sua vida por despojo.” (Jeremias 21:9) R. Johanan disse: O Exílio expia por tudo, pois está escrito: Assim diz o Senhor: “Assim diz o SENHOR: Escrevei que este homem está privado de filhos, homem que não prosperará nos seus dias; porque nenhum da sua geração prosperará, para se assentar no trono de Davi, e reinar ainda em Judá.” (Jeremias 22:30) Considerando que depois que ele o rei foi exilado, está escrito: “E os filhos de Jeconias: Assir, e seu filho Sealtiel.” 1 Crônicas 3:17, - Assir é o mesmo - e seu filho Sealtiel etc. Ele foi chamado Assir, porque sua mãe concebeu-o na prisão e Salatiel, porque Deus não o plantou (na terra) da mesma forma que os outros estão plantados. Nós sabemos pela tradição que a mulher não pode conceber, em uma posição ereta (como concebeu a mãe de Salatiel). ... Ainda ela o concebeu em pé. Outra interpretação: Sealtiel (Salatiel), porque Deus o obteve da corte celestial ... Zorobabel era assim chamado porque ele foi semeado em Babilônia. Mas o seu nome verdadeiro era Neemias, o filho de Hacalias.”
(Talmud da Babilônia – Seder Neziquin - Tratado Sanhedrin 37b)
Aqui está a resposta adequada a essa questão da Expiação dos pecados dos judeus mesmo sem a existência do Templo (Beit Qadish)! Enquanto estivermos no Exílio nossos pecados não são de fato imputados, e a maldição que havia em alguns de nossos antepassados, maldições que pelo decreto divino se extenderiam de geração em geração, não prossegue no Exílio (uma vez que tal maldição tenha sido decretada enquanto o pecador se encontrava na Terra Santa), os seus descendentes (ou seja; nós!) voltaremos para Casa sem culpa, sem mancha, sem maldição alguma, porque o Exílio expia todo opecado. Pelo menos é esse o entendimento dos Sábios do Talmud segundo os decretos sobre pecados capitais descritos na Torá. Acredito que não haja nada mais santo e judaico do isso sobre esse assunto!
Ter tido o privilégio de ter com a ajuda de Deus (e de outros pesquisadores) de encontrar nos Registros Sagrados tal fórmula de Perdão para as minhas faltas e para as faltas de toda a Casa de Israel, acabei por me dar conta de que com uma resposta respondi a duas perguntas!
A outra pergunta é a seguinte: “Como pode Jesus ser o Messias se ele é descendente de Jeconias, aquele que o Eterno amaldiçoara dizendo; “Jamais se assentará no trono de Davi descendente algum de Jeconias”?
Pois bem; Jeconias foi amaldiçoado na Terra Santa e se tivesse permanecido lá até que viesse a morrer, certamente a maldição se estenderia por toda a sua geração futura, porém, B’Ezrat HaShem, Jeconias foi levado para o Exílio na Babilônia,lá teve filhos no Exílio que segundo os sábios do Talmud; Expia todo o pecado, tornando assim os seus filhos, que de Babilônia vieram para novamente habitar em Jerusalém, filhos sem maldição, puros e portanto aptos para ocupar o Trono da Casa de Davi (como de fato aconteceu), qualificando assim Rabi Yeshua (Jesus) como Herdeiro genuíno e de Direito do Trono Real! Haleluiá!
Um crítico qualquer escreveu: “Parece que os escritores do Novo Testamento não eram muito bons em Tanakh, pois quando escreveram sobre a genealogia de Jesus mensionaram Jeconias como seu ancestral, e assim, deram um “tiro no próprio pé.” (Mateus 1:11-12) e (Lucas 3:27) Bom, em vista da matéria aqui postada, acredito que esse crítico e outros “manés” que pensam como ele na verdade não são bons nem em Torá e nem em Talmud, e como a maioria falam mal daquilo que não entendem. Sobre os tais está Escrito o seguinte:
“Mas estes, como animais irracionais, que seguem a natureza, feitos para serem presos e mortos, blasfemando do que não entendem, perecerão na sua corrupção”
Assim, concluímos que; existe o Judaísmo proposto pelas Sagradas Escrituras e o Judaísmo proposto pela “mídia judaica moderna” que se pudéssemos por frente a frente membros de tais judaísmos, veríamos sem dificuldade que ambos na verdade pareceriam mais duas religiões diferentes, dada a tamanha discordância de ambas as interpretações oferecidas por ambos os representantes dos respectivos grupos. A segurança que podemos obter de tudo isso é que o a geração do Talmud (os representantes do Judaísmo proposto pela Torá) basearam-se na Torá para extrair seus comentários e suas interpretações. E os representantes do Judaísmo moderno se basearam em que para dizer boa parte das bobagens que dizem?
Sobre a Vinda do Messias dizem: “Jesus não pode ser o Messias porque o Messias virá quando as duas Casas de Israel estiverem juntas habitando a Terra Santa, quando ele veio só havia na Terra Santa a Casa de Judá, portanto, ele não cumpriu com a profecia.” Isso é o que dizem os adeptos do Judaísmo moderno. Os adeptos do Judaísmo da Torá por outro lado dizem:
“Judá, e Ezequias, filhos de R. Hiyya, uma vez se assentaram à mesa com o rabino e não pronunciaram nem uma palavra. Pelo que ele (o rabino) disse: Dê muito vinho forte aos jovens, para que eles possam dizer alguma coisa. Quando o vinho entrou em vigor, começaram por dizer:. “O filho de David não pode aparecer antes que as duas casas reais em Israel venham a ter chegado ao fim, ou seja, ... porque está escrito: “Então Ele vos será por santuário; mas servirá de pedra de tropeço, e rocha de escândalo, às duas casas de Israel; por armadilha e laço aos moradores de Jerusalém.” (Isaías 8:14) Então, ele o Rabi exclamou: Vocês atiram espinhos nos meus olhos, meus filhos!”
(Talmud da Babilônia – Seder Neziquin - Tratado Sanhedrin 38a)
Ao meu ver, esse parecer me parece mais coerente. O que vocês acham?