segunda-feira, 4 de abril de 2011

O Corban Pêssach na Época do Beit Hamicdash



O livro Shevet Yehudá nos conta como se apresentava o Corban Pêssach na época do Segundo Beit Hamicdash.

Em Rosh Chôdesh Nissan, o rei do povo judeu enviava mensageiros a todos que moravam nos arredores de Jerusalém. Os mensageiros anunciavam: "Tragam todos os cordeiros que tenham para vender, de modo que todo judeu possa comprar um animal para seu Corban Pêssach."

Todo judeu que tivesse um animal para vender o levava às colinas próximas a Jerusalém. Os cordeiros à venda eram conduzidos até um riacho para que fossem lavados cuidadosamente. Tamanha era a quantidade de cordeiros que as colinas não eram mais verdes, mas tornavam-se brancas!

No dia 10 de Nissan, quatro dias antes de Pêssach, todos os judeus que precisavam de um animal compravam um. Os quatro dias que faltavam para Pêssach eram dedicados a intensos preparativos que culminariam com a emocionante chegada do Yom Tov.
Quando chegava Erev (véspera) de Pêssach, soavam trombetas e os mensageiros anunciavam: "Escute, Povo de D’us! Chegou o momento de oferecer o Corban Pêssach." Cientes da Santidade da Mitsvá, os judeus se vestiam com roupas festivas. Ao meio-dia todo o trabalho cessava e a única atividade era a preparação do cordeiro. Todos os judeus dirigiam-se à Azará (pátio do Beit HaMicdash) com seus cordeiros.
Fora do pátio havia doze Leviim que advertiam as pessoas para não empurrarem-se ao entrar. Dentro, havia outros doze, cuidando para que as pessoas não se empurrassem ao sair da Azará. As pessoas entravam em três turnos. Assim que o pátio ficava lotado, os leviim cerravam as portas. Aqueles que ficavam de fora deviam aguardar até o turno seguinte. Todos os cordeiros eram sacrificados na Azará. Um Cohen recebia parte do sangue da ovelha num recipiente em forma de cone, feito de ouro e prata. Este recipiente cheio de sangue do Corban Pêssach devia ser vertido sobre as paredes do Mizbeach (altar). Centenas de milhares de recipientes cheios de sangue deviam ser levados ao Mizbeach em Erev Pêssach em uma só tarde.

Qual seria a forma mais rápida para que o sangue chegasse ao Mizbeach?
Os Cohanin formavam filas desde a entrada do pátio até o altar. Com a mão direita, o Cohen que se encontrava no começo de uma fila passava o cone de sangue ao Cohen que estava ao seu lado, que por sua vez o passava ao que estava junto a ele, e assim sucessivamente até o final da fila, até que o cone chegasse ao Cohen que estava junto ao altar. Então, com a mão esquerda, este entregava o cone vazio ao Cohen que tinha a seu lado, e assim sucessivamente até chegar novamente ao começo da fila. Cada Cohen da fila passava cones cheios com a mão direita em direção ao Mizbeach e devolvia cones vazios até chegar ao começo da fila, com sua mão esquerda.

Havia numerosas filas de Cohanim. Uma fila usava somente cones de prata e a seguinte, somente de ouro. Era um belo espetáculo! A rapidez com que os cones se moviam em direção ao altar, e de volta dele. Os cones pareciam flechas de prata e ouro que cruzavam os ares!
Agora já sabemos como os Cohanim podiam oferecer o sangue de tantos cordeiros numa só tarde. Naturalmente, este ágil manejo dos cones não teria sucesso sem certa prática. Os Cohanim começavam a treinar trinta dias antes de Pêssach. Num lugar elevado da Azará (pátio) havia dois Cohanim com trombetas de prata. Sopravam as trombetas a cada vez que um dos turnos começava a oferecer seus Corbanot (cordeiros). Este era o sinal para que os Leviim começassem a recitar o Halel com o acompanhamento dos instrumentos musicais. Os judeus recitavam Halel (salmos de louvor) junto com os Leviim.nnn
Depois de matar as ovelhas, essas eram desossadas. Nas paredes havia ganchos especiais de ferro, onde prendiam os animais para serem desossados. Depois, os Cohanim ofereciam algumas partes das ovelhas sobre o Mizbeach, altar.
Cada judeu levava sua ovelha para casa, para assá-la. A maioria dos fornos estava junto à porta principal da casa, para dar caráter público à Mitsvá. A oferenda de Pêssach era comida em Jerusalém esta noite, pela família ou pelo grupo que se havia reunido para este Corban, como meio de recitar o Halel e louvores a D’us. Durante a noite de Pêssach, os portais de Jerusalém permaneciam abertos devido à quantidade de gente que ia e vinha. As vozes dos judeus louvando a D’us podiam ser ouvidas ao longe.

Observe; a palavra Pêssach, quer dizer “Salto”, referindo-se ao “Salto do anjo da Morte” por cima das casas dos judeus no Egito e indo em direção às casas dos egípcios, daí morreram seus primogênitos.

O “Salto” dado pelo anjo da Morte, representa aquele que por sua sujeição aos Mandamentos Divinos, acaba por desviar o mal que vinha em sua direção e que certamente encontrará outro endereço impenitente para lá se alojar. Que o Eterno, bendito seja o Seu Nome, não o permita.

Pêssach em Hebraico, se escreve assim; xop cujo valor numérico é: 148 = 1+4+8 = 13 = 1+3 = 4 = Dalet – tld Porta; ou Passagem de um estado espiritual a outro. Ou seja, naquela noite, todos os que se sujeitaram à aquela Mitzivá, passaram da Morte certa para Vida, mesmo vivendo no Egito, não foram participantes de sua condenação.

Portanto, qualquer que tiver vívido o sangue do Cordeiro enviado pelo Eterno para todo aquele que Nele crê, nos umbrais de suas portas (em sua mente), mesmo vivendo num mundo que é semelhante ao antigo Egito, não será participante de suas condenações, mas antes passou da Morte para a Vida.

Como está Escrito:
hk qwop ay :qrp Nnhwy rpo
Nymamh Myyxhw hmwqth ykna ewvy hyla rmayw
twmy yk Mg hyxy yb

“... Eu sou a Ressurreição e a Vida, aquele que crê em Mim, ainda que esteja morto viverá.”

Que Mashiach venha em breve, para que todos possamos voltar a tomar parte na celebração de Pêssach em Jerusalém!

2 comentários:

  1. Excelente explicação sobre os dias de PÊSSACH em Yerushalayim... Parabéns e sucesssos nas buscas de vossos ideais!

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  2. Todá Rabá Chaverim!
    Que o Eterno, bendito seja o Seu Nome, ilumine o teu caminho permeando-o com pessoas tão agradáveis quanto são agradáveis as tuas palavras.

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